quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O rio não gasta energia para fluir. Por que a gente gasta?

De ontem para hoje fiquei me questionando: existe uma fórmula para ser simples? A pessoa nasce simples ou ela se torna simples? Ou pior ainda: a gente nasce simples e complica conforme vai crescendo? O que eu sinto, apesar de não saber responder completamente aos questionamentos que eu mesma fiz, é que a simplicidade é também um estado de espírito. É fluidez, consciência e coração aberto. 

Deepak Chopra, no seu livro As Setes Leis Espirituais do Sucesso fala de uma certa lei do “mínimo esforço” ou da não resistência. Me parece ser esta uma boa forma de “treinar" a simplicidade em nossas vida. Para ele, esta lei é formada de três princípios: aceitação, responsabilidade e indefensibilidade. 

Na aceitação o exercício é de não lutar contra o momento que você está passando, e portanto, contra o universo. Isso significa colocar todo o seu coração para aceitar as coisas como elas são e não como você gostaria que fosse. 

A responsabilidade é a respeito da situação em que você se encontra: você é completamente responsável por ela. Ninguém é culpado, nem você mesmo. Não existe culpa na responsabilidade existe total entrega para assumir o que está sentindo e, desta forma, mudar o que sente.

E por fim, a indefensibilidade: desarmar seu espírito abrindo mão da necessidade de convencer e persuadir os outros a respeito do seu ponto de vista.

Só de ler os três princípios eu já sinto uma sensação de alívio e paz. Imagina se colocar efetivamente em prática esta lei! A verdade é que nós gastamos muita energia, justamente fazendo ao contrário disso: vivemos lutando contra o que estamos passando, sempre encontramos um culpado para tudo (principalmente culpamos a nós mesmos) e, finalmente, queremos ter razão o tempo todo. Com toda esta energia desperdiçada complicando tudo, como é que podemos fluir? 

No livro a Arte de Sonhar, Don Juan diz a Carlos Castañeda: uma grande quantidade de energia é usada para sustentar a nossa empáfia…Se conseguíssemos perder um pouco dessa empáfia, dois fatos extraordinários aconteceriam: liberaríamos essa energia que tenta preservar a noção ilusório de nossa grandeza e teríamos energia sobrando para vislumbrar a verdadeira grandeza do universo.


Parece difícil? Pois saiba que basta você estar consciente da forma como luta contra o momento, busca culpados para a situação e não se entrega ao ponto de vista do outro, sem querer convecê-lo do seu próprio. Pelo benefício que essas atitudes nos trarão, vale a pena tentar!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nem sinônimos e nem antônimos

Complexo ou complicado?
É uma das coisas mais comuns do nosso cotidiano: a gente quer tanto simplificar que acaba complicando. Tenho certeza que você vai concordar com qualquer um dos exemplos que eu possa dar. No mundo corporativo - já que estamos falando de exemplos - todo mundo reclama das reuniões improdutivas, super longas, em que nada se resolve. Passamos mais tempo nesses encontros do que produzindo. É quase  um mantra incial os pedidos para sermos objetivos e simplificar as questões, assim ninguém perde seu tempo. Duas, três, cinco horas depois….saindo da tal reunião, o combinado inicial já caiu no esquecimento. Não é diferente dos nossos encontros sociais: quando alguém combina com o grupo para fazer um encontro, uma "coisinha simples", pode ter certeza, vai complicar. Ou nos nossos relacionamentos: pequenos detalhes, muitas vezes, viram “cavalos de batalha”. 

Eu mesma para escrever este texto compliquei tudo. Passei a manhã toda em busca de referências. Quando me dei conta, estava numa padaria, com um livro do Fernando Pessoa, buscando uma poesia que explicasse a simplicidade. A sorte é que o escritor e poeta português, pelo jeito, não era dado as coisas simples. Sua escrita rebuscada, em português de Portugal, é bem complexa. O que me ajudou a entender a diferença entre complicado e complexo e simples e simplório. 

Aprendi com um amigo artista, habilidoso com as palavras, que a melhor forma de elucidar conceitos é consultando o dicionário. Então dei um tempo para esvaziar a minha cabeça e começar de novo. O dicionários diz assim: 

Simples é um adjetivo que significa muitas coisas, entre elas: que não é complicado; fácil; rudimentar. Desprovido de afetação; natural, modesto, espontâneo. Sem malícia; singelo, puro ou sincero.

Já simplório, desculpe o trocadilho, é mais complicado, pois além de adjetivo pode ser também, um substantivo masculino. Como adjetivo trata-se de uma característica do que é crédulo; que possui excesso de credulidade. Como substantivo é: pessoa que possui essa característica; tolo, ingênuo. Homem simples, ignorante. 

Complicado também é adjetivo e significa difícil de compreender. Que procura a dificuldade.

Complexo é adjetivo: que contém muitos elementos. Mas também pode ser um substantivo masculino: conjunto de coisas com relações entre si.

Mas o mais interessante: simples não é sinônimo de simplório. Já complexo, até pode ser sinônimo de complicado - mas a recíproca não é verdadeira. 


Isso me lembrou uma historinha que adoro. Estudei em um Colégio Franciscano e eles tinham uma propriedade onde passávamos o dia algumas vezes. Era um lugar lindo, um santuário a natureza, que chamávamos de “Rondinha”. Neste lugar também tinha uma espécie de Seminário (acho que os Franciscanos usam outro nome, mas confesso que não sei). Os frades, antes de se tornar freis passavam um tempo neste local. Lá vivia um frei muito sábio e era uma honra para os frades terem aulas com este senhor. Gosto de pensar que era como um padre ir ao Vaticano ter aulas com o Papa Francisco. Um dia chegou um grupo de de novos frades e, dois deles animados por conhecer tudo por ali, pediram ao jardineiro para levar as malas deles para dentro. O senhor já velhinho olhou para os dois fradinhos, sorriu, pegou as malas e levou para dentro. No dia seguinte, estavam todos ansiosos para conhecer o frei professor sábio. Qual não foi a surpresa para os dois frades quando descobriram que o tal jardineiro do dia anterior era o professor que eles tanto esperavam conhecer. Lição de humildade, certamente. E prova de que era sábio: simples, mas não simplório. Certamente complexo também, mas não complicado.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Simplicidade. Faça essa escolha no seu processo de desestruturação.

Há anos, numa época que a behavior trabalhava com consultoria em dados secundários, tivemos a demanda para realizar projetos em duas empresas com perfis totalmente diferentes embora os projetos tivessem objetivos similares. Uma das empresas procurava um grande modelo analítico e queria envolver toda a corporação, a outra, pediu para iniciarmos com um piloto, e quando sugeri chamar alguns parceiros de banco de dados para nos dar apoio, a líder do projeto me disse: "Aqui aprendemos que o melhor caminho a seguir sempre é do mais simples ao complexo. Vamos de excell neste momento".

Na época, bem jovem como era, achei estranho e devo confessar que o simples soou como simplório. Ledo engano. Adivinhem qual projeto foi para frente e se tornou uma grande fonte para a corporação?

Lembrei dessa experiência quando pensava no movimento humano desestruturação e os caminhos possíveis para seguir adiante. A resposta veio do Projeto Homens e é dirigido especialmente às mulheres mas neste caso acredito que sirva para todos: simplicidade

Como temos falado aqui, o movimento humano desestruturação está nos atingindo em cheio. E agora, que caminho seguir? Conectando sua mente ao seu Sentir (no Yoga se diz, o mental a serviço do Sentir) e iniciando seus próximos passos, passo a passo, de forma simples. Isso significa que você não deve complicar sua própria existência.

Tem usado muito a expressão o problema é que...?. Então pare, preste atenção e veja como você está reagindo às mudanças. Seja simples, escolha o simples. Todos temos problemas. Todos estamos atravessando momentos que nos desafiam em diversos aspectos de nossa vida. Ou você escolhe se complicar e tornar-se vítima ou você escolhe agir na simplicidade e ser protagonista deste teu momento. 

Lembrei agora uma outra situação que vivi no início da behavior: domingo, abro a porta da nova sala que viraria a ser a minha e vejo muitas caixas, plantas, móveis, tudo bagunçado. A vontade era fechar a porta e chamar algumas pessoas para me ajudar, ou talvez a arquiteta, ou talvez um amigo, ou... sair correndo. Pensei no tempo que iria perder e as coisas mais importantes que iria deixar de fazer para arrumar tudo. Mas ao invés disso respirei fundo fui num canto de costas para o resto e comecei a arrumar até, muitas horas depois, cheguei ao extremo oposto da sala com ela totalmente arrumada e pronta para começar minha nova semana de trabalho.

A semana passada a Isa já trouxe o simples no seu lindo post e iremos nos aprofundar mais sobre isto que iremos falar esta semana. Boa semana!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Conte a melhor versão da história e siga em frente!


Ontem assisti ao filme HER (Ela) do diretor Spike Jonze e saí do cinema com sensações bem estranhas. Não sou especialista no assunto, embora adore cinema, e por isso acredito que filme bom é aquele que te segue. Ou seja, faz você refletir por algumas horas, dias, semanas. No caso de HER, o filme é sensível, tem uma bela fotografia e é bem angustiante em alguns momentos - pelo menos para mim. Resumidamente a história é a seguinte: um escritor (de cartas), atravessando uma fase bem depressiva e solitária da sua vida, compra um sistema operacional e começa a desenvolver uma relação, digamos, inusitada, com o tal SO (ou seria “a tal?”). Sobre o filme em si é isso que tenho a dizer e fica a dica que em tempos em que nos relacionamos cada vez mais com as pessoas através dos tinder, whatsapp, facebook e outros tantos aplicativos da vida, vale a pena ver para onde podemos nos encaminhar num futuro bem próximo. 


Mas vou buscar inspiração em HER para falar de um assunto secundário no enredo, e totalmente protagonista no nosso tema da semana. O fim de uma relação amorosa (ou o recomeço de um novo momento para as duas pessoas que se separam). No filme, o motivo da depressão do protagonista é o fim do seu casamento. Ele não consegue seguir sua vida adiante. O interessante é que trata-se de um homem sensível, com o incrível dom de expressar sentimentos em palavras escritas. Sentimentos de outras pessoas, que ele nem conhece - que fique claro. No seu trabalho, ele escreve cartas de homens apaixonados para as mulheres amadas, de maridos para esposas, de pais para filhos e toda espécie de relação. Para alguns clientes, ele faz isso há anos, conhecendo detalhes das pessoas envolvidas. Mas quando se trata da sua própria vida e de expressar os seus próprios sentimentos ele é simplesmente incapaz de fazê-lo. E ele tem total consciência do que pôs fim ao seu casamento. E mesmo assim ele simplesmente não consegue agir. Quem já não passou por situação semelhante que atire a primeira pedra! 

O fim de um relacionamento me parece ser um dos mais difíceis recomeços. Por isso é tão difícil de expressar e, muitas vezes, é paralisante.  A vida só segue porque o mundo não nos dá um tempo e continua tocando em frente. E com toda a energia que envolve a situação, é bem comum nós "empacarmos" e ainda não deixar a vida do outro também fluir. É preciso consciência e muito amor para mudar a frequência e voltar a viver. 

No filme tem uma frase que eu adorei: o passado é apenas uma história que contamos para nós mesmos. Esta me parece uma boa forma de começar a renovação após uma separação. Conte a si mesmo, e a quem mais interessar, a melhor versão do seu passado e deixe no universo apenas as coisas boas que foram vivenciadas. Libere-se do sofrimento e deixe o outro caminhar. A vida sempre reserva surpresas e, certamente, isso acontecerá com você também. Siga em frente. Tudo vai dar certo. 

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Estou com medo de errar o título!


Ontem resolvi andar de ônibus. Preciso diminuir os custos e, afinal de contas, não é exatamente o maior sacrifício que já fiz na vida. Tudo bem que não era hora de pico e nem eu ia para algum lugar tão distante assim. Mas depois de décadas sem andar de transporte coletivo, estava meio apreensiva. Na verdade estava com medo de bancar a tola por não saber coisas básicas de quem é obrigado a fazer isso todos os dias. Fiz algumas perguntas "idiotas" para a minha funcionária que, obviamente, riu de mim e disse que queria ser uma mosquinha para me ver no ônibus. Pensei em me ofender por um instante, mas achei que era um bom momento para deixar de me apegar a bobagens deste tipo.  Resolvi focar na minha decisão de ir mesmo bancando a tonta e lá fui eu. Deu tudo certo e eu me senti confiante. 

Depois, já de volta, tomando um sorvete próximo a minha casa, pensei que era uma bobagem eu me sentir mais confiante por ter feito isso. Então me lembrei que todo mundo anda falando que eu preciso pegar mais leve comigo mesma, ser mais gentil e amorosa comigo, blá blá blá e resolvi ficar feliz com isso. Percebi como tenho medo de errar. Tudo na minha vida é pautado por isso. Se acerto, sou feliz. Se erro, sou infeliz, muito infeliz. Isso atrapalha a vida, não é mesmo? 

Conheço mais pessoas como eu, do que pessoas que simplesmente metem as caras em tudo e, se errar, tudo bem, seguem em frente felizes da vida e agradecendo pelo tanto que aprenderam com o erro. Na verdade a gente só fica feliz com o erro muuuuuito tempo depois. Normalmente quando já estamos "acertando" de novo. 

Todos esses devaneios me fizeram enxergar que a maioria das pessoas desejaria começar um nova vida ou pelo menos modificar uma coisa ou outra - ou muitas. Mas ninguém quer conviver com o erro, então…ficamos aqui, quietinhos, vivendo nossa vidinha e pronto. E aquela coisa: "todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer". 

Resta saber: o que é certo afinal? Fazer esta pergunta para alguém como eu é quase um desafio mental porque vou lá nos conceitos aristotelicos para trazer a pouca filosofia que tenho e discorrer entre o bom senso, a ética e essas coisas todas que me fariam pensar que estou sendo tão inteligente e que as pessoas vão me adorar por isso. Mas, sabe, estou meio cansada da minha mente que vive fazendo este joguinho. Ando pensando em coloca-la num navio para a Sibéria e deixar que ela fique por lá congelando por um tempo. Será que sem a minha mente para me perturbar eu cometeria mais erros? Será que eu conseguiria rir mais de mim mesma, ser mais leve e divertida? Por enquanto, como a mente ainda não foi despachada, o que me vem é que eu ando ficando louca. Mas posso, finalmente, estar errada!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ao gênio da lâmpada eu pediria o que mesmo?

Eu gosto muito do Nando Reis. Da figura dele, do seu talento como poeta, das suas músicas. Uma das canções que eu mais gosto chama-se Hoje Mesmo. Uma parte da letra diz assim: 

Se um gênio perguntasse quais seriam os meus três desejos o primeiro: pediria ao tempo voltar pra trás pra te ver aos dezesseis anos. Não há idéia que alcance ou seja parecida com a imagem da menina esguia, a bolsa a tiracolo e as pedras só pesando. Pois ela nunca irá jogá-las!
O seguinte, segundo desejo, emoldurar no céu o seu sorriso que eu pensei que nunca mais pudesse reencontrar. O filho é que cria a mãe
E o último, complexo, honesto e genuíno, amar sem precisar da dor, querer também sem magoar. Tocar seu corpo. Hoje mesmo.

Eu enxergo os desejos declarados na música como algo tão sincero, essencial, vindo do fundo da alma. 

Quando a  Nany nos provocou esta semana com a pergunta sobre o que queremos para o início do resto de nossas vidas (conforme ela conta no texto anterior) confesso que fui tomada por um sentimento sufocante, uma sensação  de mau estar, físico e emocional, que perdurou por todos os dias que se seguiram.

Primeiro ficou tudo muito escuro e não conseguia nem pensar em algo que me empolgasse. Para alguém que sempre teve certeza do seu propósito, não ter ideia do que quer fazer é quase como não ter ar para respirar. Não existe chão, base. E agora? Será que cheguei naquele lugar onde só o que importa mesmo é o que se recebe no fim do mês e pronto? Fiquei paralisada. 

Depois, já refeita da escuridão, comecei a listar desejos. Eu quero trabalhar numa empresa super legal, poder cuidar da comunicação corporativa e assim, cuidar das pessoas. Eu quero trabalhar numa empresa inovadora, num lugar super descontraído, onde as pessoas são felizes e não estejam sempre com caras de desespero. Eu quero trabalhar de metrô (sim, essas coisas acontecem neste processo!). Eu quero abrir uma empresa e fazer coisinhas lindas que toquem os corações das pessoas. Eu quero escrever coisas verdadeiras que ajudem outras pessoas a entenderem o que se passa com elas. Eu quero ser rica e só trabalhar como voluntária em ONGs. Essa continua sendo uma opção a se considerar, caso o gênio da lâmpada apareça me perguntando sobre os meus 3 desejos!

Brincadeiras a parte é muito interessante ver o jogo mental que fazemos para tentar resolver nossos dilemas rapidamente e ir pensar logo no jantar ou no próxima série que vamos começar a assistir. E aí entra o Nando Reis. Os desejos que listei acima, certamente um pouco exagerados, não são desejos da alma, sinceros, genuínos.

Enquanto eu escrevia este texto começou a chover e eu saí correndo para fechar as janelas. Na última delas eu olhei para fora e me perguntei qual foi a última vez que eu parei para ver a chuva. Fiquei ali, parada, tentando apenas me conectar com cada gota d’àgua que caía. Uma bênção, afinal, poder fazer isso. Me veio que apesar de todos os processos físicos, químicos, biológicos, meteorológicos que envolvem a chuva, aquela água ali, só caindo, é a coisa mais simples do mundo. Chegou a hora de chover e, pronto, chove. Um ato simples e grandioso ao mesmo tempo.



Bingo! Finalmente tenho uma resposta que faz sentido: por enquanto a única coisa que eu quero, para o início do resto da minha vida, é voltar a ser simples como a chuva. Quando eu conseguir isso, tenho certeza, saberei o que eu quero fazer daqui para frente. Sem sacrifícios e sem dilemas. Pode demorar, vai precisar de  paciência e, enquanto isso, não há mal nenhum em fazer o que sempre fiz com tanto amor e dedicação. É um primeiro passo. Bem pequenino, mas já é melhor do que a sensação de paralisia que descrevi no início da história.



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O que você quer para o início do resto de sua vida?

Temos falado muito em mudanças e inícios porque elas estão pipocando por todos os lados. As pessoas falam conosco, nos escrevem inbox... a maioria trata sobre ciclos acabando, ciclos começando, mudanças nem sempre suaves que estão vivendo. Como todo fim dá início ao novo, fizemos esta semana dentro da behavior a pergunta título deste post: o que você quer para o início do resto de sua vida?

Brincadeira com o filme o primeiro ano do resto de nossas vidas de Joel Schumacher. O título pode parecer sério demais mas como dizemos no post ciclo da vida, a etapa anterior marca de forma indelével como será a próxima; a pergunta tinha o sentido de trazer à consciência a nossa intenção maior.

Ao invés de um check list "eu quero..." a intenção maior significa para nós uma palavra que representa um conceito, um Sentir sobre o que vai conduzir nosso novo ano. Quando dizemos eu quero e fazemos um check list, se por um lado organiza e facilita a ação, por outro formata nosso Sentir e é isto que, na behavior, estamos tentando superar, evoluir. Acreditamos que neste momento seja importante abrir mão das formas para se abrir realmente ao novo.

As formas tomaram uma relevância nas nossas vidas que, assim como o mental, ao invés de ser um veiculo, uma ferramental, ganharam o status de ser per si. Dentro da behavior acreditamos que um dos grandes movimentos humanos é o que chamamos de desestruturaçãoÉ um movimento que implica desenformar. A palavra está associada à culinária e significa "tirar da fôrma". 

Pois então, vamos sair da fôrma? do molde que criamos ao nosso redor e não nos nos permite viver o novo?

Deixo vocês com o trailer oficial do filme que mencionei. Desculpem estar em inglês mas creio que ele traz o espírito do filme. Para quem se interessar, na internet podem ter acesso ao próprio filme. É um filme de 1985 que me marcou bastante pelo momento que vivia naquele ano, recém chegada ao Brasil iniciando a faculdade.   
  




sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Confie, confie e mais uma vez...confie!

Há dias que o desânimo bate, apesar do céu azul e de toda a consciência sobre os novos rumos que a sua vida está tomando, você não está achando graça de nada. Tudo está cinza,


Pois seria estranho, por mais otimista que sejamos que um dia ou outro, que o entusiasmo não esteja presente. Tenho uma amiga que diz que pior do que se sentir assim é ter que lidar com as pessoas queridas, tentando ajudar, dizem coisas como "Está um belo dia de sol lá fora, você precisa se animar". Realmente por melhor que seja a intenção, definitivamente, nessa hora, isso não ajuda em nada. Portanto nada resta a ser feito do que tirar proveito desse momento também. Não para ficar remoendo e se colocando para baixo, mas para compreender o que te faz desanimar: medo, insegurança, autoestima em desequilíbrio. O momento é muito rico e você vai ter mais forças para a ação se souber exatamente quem você é. Tente se manter calmo e relaxado, silencie seja por uma hora, um dia, um mês. Você tem o direito a introspecção de vez em quando também. Fique só, se for possível.

Depois disso, você certamente sairá ainda mais renovado e cheio de potencial.
Segue aqui o trecho do livro Simplicidade e Plenitude de Sarah Ban Breathnach, no qual ela aborda este assunto. Diz assim:

“Quando isso acontece (o desânimo) precisamos nos lembrar de nos tratar com bondade. É hora de confiar, não de fazer julgamentos. Logo tudo estará nos eixos novamente. Você será capaz de recuperar o fôlego e notará que não dói mais. A sua energia criativa e o seu entusiasmo retornarão.  Mais uma vez você começará a avançar, confiante, em direção aos seus sonhos”. 


Como você deve ter notado a palavra-chave para esses momento é confiança. Em si mesmo, na sua existência e nos seus desejos sinceros. Depois disso, mesmo se o dia amanhecer chuvoso, você ainda vai acreditar que o sol brilha e será verdade! Ele brilhará dentro de você. Confie e acontecerá. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A nossa incrível capacidade de se adaptar


Ontem uma menina de 5 anos me falou que não estava gostando da sua nova escola porque o pátio era grande demais, tinha muitos brinquedos, muita gente correndo. Estranhei o motivo e questionei se isso tudo não era bom. Ela me olhou entediada e respondeu: "Preferia como era na minha outra escola, menor, mais calmo". Como adulta chata que sou argumentei que pelo menos ela estava numa escola muito boa, uma das melhores de São Paulo e que isso seria muito importante para ela no futuro. Ela meio sem interesse argumentou: "Esta escola já teve dias melhores. Hoje nem é tudo isso". 

Com medo de onde ia parar a conversa achei melhor encerrar o assunto e dar um mergulho. Sim, isso era um papo na piscina do prédio! Mas o que era para ser uma conversa completamente despretensiosa me acompanhou pelo dia. Fiquei imaginando que nós, adultos, também temos a mania de fazer comparações entre o velho e o novo e, normalmente (esta é a parte chata), em nossas comparações o que é conhecido, ou seja, o velho, num primeiro momento parece mais legal do que o novo (aquilo que ainda não conhecemos).

Para não fugir a regra, fiquei tentando imaginar as possibilidades que a mãe da menina teria para solucionar a questão e, tentar desta forma, traçar um paralelo com o que costumamos fazer em nossas vidas. Pensei em três possibilidades: 1)ela poderia encontrar uma nova escola para a menina - o que daria um trabalho enorme já que conseguir uma vaga numa escola "badalada" em São Paulo não é coisa fácil, 2)a menina poderia voltar para a antiga escola o que não resolveria o problema, pois pela sua idade, no ano que vem, ela teria mesmo que sair de lá por se tratar de uma pré escola, 3) esperar, a menina vai se adaptar, afinal, não faz nem 3 dias que as aulas começaram. É provável que a terceira opção aconteça e, no próximo encontro na piscina, a menina deve me contar empolgada o quanto a escola dela é legal, a melhor que existe no mundo! Adoro quando as crianças falam isso!

A capacidade do ser humano em se adaptar, para mim, é uma das maiores dádivas. Por mais desconfortável que seja, nós sempre nos adaptamos. O curioso, e este papo todo me fez refletir a respeito, é que parece que nós nunca confiamos o suficiente nessa nossa capacidade. Talvez se tivéssemos isso mais claro, curtiríamos mais os novos momentos, nos entregaríamos mais ao novo, sem comparações a respeito. Não estou falando de acomodação e sim, de adaptação. É fácil confundir. A grande diferença, eu acho, é que nem todo mundo tem capacidade de acomodação, mas todo ser da natureza, se adapta.

Eu trouxe uma muda de flamboyant da praia neste último verão. Quando cheguei em casa pensei que eu deveria estar louca de ter feito isso, afinal, eu moro num apartamento, numa cidade grande. "Coitada da árvore", pensei, "as chances de sobrevivência dela aqui é mínima". Pois não é que a “bichinha" está linda, forte e crescendo lá na varanda? A diferença é que ela simplesmente aceitou a sua nova condição e despencou a crescer mais e mais. Enquanto isso….eu e minha pequena amiga, vamos para piscina esfriar a cabeça para tentar nos adaptar às nossas novas condições.

Até uma árvore cresceu
dentro deste carro
em Colônia do Sacramento, Uruguai

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Coragem para seguir em frente

Sabe quando você sente muitas saudades de algo que você fazia na sua infância ou um lugar que você frequentava na adolescência, coisas assim? Aí um dia você volta a fazer aquilo: tomar um sorvete do lugar que você freqüentava com sua mãe, andar de patins numa pista de patinação que você ia com a turma da escola e percebe que agora essas coisas já não te empolgam mais. O sorvete nem é tão gostoso e andar de patins já não te desperta as mesmas sensações. Isso já aconteceu comigo inúmeras vezes e deve ter acontecido com você também. 

Mas só agora ficou claro para mim que o que ficou para trás já não tem o mesmo sabor que eu "achava" que tinha na minha memória e seguir meu caminho, focando toda a minha energia para frente, é tudo o que me resta. Mesmo que eu queira voltar para a minha rotina de antes e seguir aquele caminho confortável e quentinho, eu sei que já não será mais como antes, pois o passado já não existe dentro de mim se não como uma lembrança do que vivi. 

É assim que tenho caminhado nos últimos tempos: olhando para frente, mas principalmente olhando para dentro de mim. Buscando a verdade e a paz para ajudar a abrir todas as portas de um novo ciclo. Talvez seja o exercício mais difícil que já tenha feito, pois com consciência não há para onde escapar. Das outras vezes em que os ciclos se encerraram na minha vida - e eu nem sabia que isso estava acontecendo - eu chorava, eu sofria, eu não entendia, mas mesmo assim, eu seguia em frente e, de alguma forma, as coisas aconteciam. Isso porque a lei da natureza é linda, desde que você deixe todas as sua portas e o coração aberto. Mas antes eu achava que era tudo conseguido com muito suor e sacrifício!

Já na jornada consciente, que nos leva a um outro patamar, nos traz luz, nos coloca frente a frente com a verdade e com quem somos, o caminho não é só mar de rosas. Porém não existe em a palavra "sacrifício". Isso muda tudo! Existe uma certeza de que tudo vai dar certo, uma confiança iluminada que por mais difícil que seja vez ou outra, ainda assim, é gratificante!

De qualquer forma é bom entender: querendo ou não vamos seguir a jornada e só nos cabe decidir de que forma queremos fazer isso. O ano do cavalo, no qual entramos esta semana, não vai deixar muita dúvida de que as mudanças acontecerão. Isso porque é  um ano de grandes e profundas transformações, propício para encerrar o que não está bom em nossas vidas e finalmente colocar em prática tudo aquilo que ficou adormecido: desejos, sonhos, sentimentos. É preciso coragem e consciência para agir. 


Se não fizermos assim, as transformações estarão presentes da mesma forma, mas você vai achar que foi um ano difícil e de muito sofrimento. Afinal, a energia da transformação está no ar e ela vem com tudo. Forte e poderosa. Aproveite para colher aquilo que plantou e siga em paz pelo caminho.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O ciclo da vida


Reiniciamos nosso blog de 2014 no último dia do ano da Serpente porque como aprendi de uma sábia amiga "é no anoitecer do último dia que tudo se inicia". 

O ciclo da vida entrou naturalmente na minha pauta de reflexão quando saía de um hospital e, entanto esperava o carro, observava as pessoas em minha volta: velhos senhores e seus filhos na estressante rotina de entra-sai de hospitais no fim de vida; mulheres grávidas algumas jovens, outras nem tanto; bebês recém nascidos no colo de pais abobalhados com o milagre da criação. Me foquei no bebê e seus pais inexperientes e ao mesmo tempo num senhor de idade avançada, sentado numa cadeira de rodas puxada pelo filho. Difícil compreender que tudo faz parte do mesmo ciclo de vida. 

Nesse ciclo de vida, cada momento vivido com consciência torna-se um degrau para a próxima etapa. E para que a próxima etapa se estabeleça com plenitude, deve-se abrir mão da anterior. Ao mesmo tempo, devemos ter consciência que a nova só é possível porque houve a anterior. É isso que significa a expressão que inicia este post "é no anoitecer do último dia que tudo se inicia". A etapa anterior marca de forma indelével como será a próxima. E a próxima chega quando abrimos espaço para o novo. 

É sobre isto que iremos falar nesta nossa primeira semana do ano do Cavalo para que cavalguemos juntos nos movimentos humanos que todos nós estamos co-criando.

bom final de semana!