Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Brasil. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Todo povo tem os políticos que merece


Nos meus tempos de faculdade eu era engajada na política estudantil. Gostava do assunto. A democracia brasileira ainda estava engatinhando nesta época e, inexperientes no assunto, a grande maioria dos brasileiros caiu no conto de uma nova esperança com o Fernando Collor de Mello. 

Com o passar do tempo fui me desencantando com a política estudantil e com a democracia brasileira. Até o dia que cheguei a conclusão de que, numa democracia, “o povo tem o político que merece”. Afinal, nós votamos. Apesar disso, nunca perdi a fé no Brasil. Fico muito triste quando vejo as pessoas falando mal do país e dizendo que queriam mesmo era se mudar daqui. Para mim, isso chama-se fugir. Pode ser uma visão ingênua, mas eu realmente acredito naquela parte do nosso hino que diz “um filho seu não foge a luta”. 

Esta semana eu conversei com a moça que trabalha aqui em casa sobre política. Ela disse que não ia se dar ao trabalho de sair de casa para votar. Depois de muito falar acho que a convenci do contrário. Assim espero pelo menos. Ontem não vi o último debate, pois estava meio desanimada com o assunto.  Mas a timeline do facebook me atualizou logo cedo. Meu coração ficou bem apertado e, confesso que por alguns minutos, cheguei a achar que rede social é coisa das sombras. As pessoas ficam raivosas, totalmente fora de si quando postam suas opiniões. Perdem a compostura mesmo. E para mim, assim, tudo perde é o sentido. 


Depois lembrei do hino (um filho seu não foge a luta) e resolvi orar. Sim, escrevi certo. Resolvi orar pelo Brasil e para que “deus” ilumine seus compatriotas (não dizem que ele é brasileiro?). A verdade é que a minha oração serviu para reafirmar as minhas convicções. Eu não acho, ao contrário da maioria dos meus amigos – reais ou virtuais - que o Brasil esteja pior do que estava há duas, três décadas, quando éramos iniciantes na democracia. Pode não estar assim tão melhor, mas acredito numa leve e gradual evolução. Por que não acreditar? Mas precisamos de lucidez na hora de votar. Boas eleições. Com foco e com consciência.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Com respeito, mas discordo. E daí?

Refletindo sobre o tema proposto para esta semana me dei conta de como a questão da quebra do poder está batendo na nossa porta literalmente. Por exemplo, no trabalho. Outro dia uma amiga reclamava que sentia que os jovens que ela lidera hoje são completamente diferente de como éramos e que é muito difícil lidar com eles. A sensação dela é que eles não demonstram respeito pelas pessoas com mais experiência e que hierarquia é algo que não existe no vocabulário deles. 

Tivemos uma discussão acalorada sobre o assunto porque eu concordo em termos com ela. Uma coisa que eu não discuto é respeito e educação. Isso vem do berço e sempre deverá existir nas relações humanas, mas a ousadia dos jovens, de te encarar de frente, de dar ideias no meio de uma reunião de diretoria ou ainda discordar da sua opinião me parece muito saudável. Não vou negar:  venho de um ambiente onde as pessoas são cada vez mais jovens e realmente estranhei esta mudança de comportamento da dita geração y. Mas com o passar do tempo aprendi a conviver com eles. Com o tempo já conseguia  identificar aqueles que eram educados e comprometidos dos mal educados e que não estão nem aí para nada - porque existe esses também e não tem nada a ver com o que estamos falando aqui. 

Aqueles do primeiro time acabei conseguindo interagir muito bem. São pessoas mais destemidas do que a minha geração e mais preparada para encarar uma boa conversa e colocar sua opinião de uma forma posicionada. Isso nos ajuda a trazer um frescor para o ambiente corporativo. 
Lembro de uma menina que tive o prazer de conhecer trabalhando e que, sem dúvida, me ensinou muito a respeito deste tema. A sua primeira reunião foi memorável e durante muito tempo se falou a respeito.  Começou quietinha, ouvindo e anotando tudo e, de repente, sem nenhuma claquete, ela olha para o diretor que estava falando e diz que simplesmente discordava do que ele dizia. O estranhamento que isso causou a todos foi imediato, mas ela simplesmente não se intimidou. No fim das contas, ela tinha razão e argumentos a respeito do que estava falando. Fosse outros tempos ela seria chamada de louca por ter feito o que fez e nem duraria muito naquele ambiente. 


A sorte é que trabalhar num segmento em que os jovens são tão bem cotados é que aprendemos a aceitar este novo tempo de uma forma muito rápida.  É preciso para isso, humildade de um lado e ousadia do outro. E respeito por todos os lados. E não deveria ser assim em qualquer ocasião?

terça-feira, 12 de agosto de 2014

O poder isonômico. O movimento humano pilar das mudanças que estamos vivendo.

O que me levou a iniciar este blog, em 11 de junho de 2013 foi a consciência que estava se acentuando de forma dramática o processo de transição que como sociedade estávamos vivendo e que a maioria das pessoas compreendia pouco sobre o que estava acontecendo com sua vida; e, o que mais me comoveu, que esse não saber, gerava dor. 

Foi assim quando captamos no Projeto Mulheres em 2010 que as mulheres todas poderosas e donas de si, estavam tristes ao constatarem que chegaram onde almejavam e, mesmo assim, continuavam infelizes; quando ouvimos os homens, no Projeto Homens em 2011, e captamos que eles estavam acuados por essa mulher poderosa mas conscientes que não queriam voltar a ser os patriarcas na sociedade, embora não soubessem bem ao certo o que desejavam da vida. Além da certeza de que a mulher e o homem contemporâneo brasileiro estavam sofrendo, mesmo com o auge econômico e o Brasil bombando na mídia, ficamos convencidos que uma mudança estrutural profunda estava acontecendo. 

Mesmo com aqueles que levantam a bandeira da retomada de modelos antigos como solução aos problemas sociais; estava claro para nós que o movimento de sair da fôrma, do molde que formatou por séculos o que era ser mulher e o que era ser homem, era um caminho sem volta. A este movimento humano chamamos de desestruturação

Ao longo desse ano e dois meses falamos basicamente sobre a desestruturação. O que é, como opera, como afeta nossas vidas no cotidiano. Falamos sobre nossas resistências às mudanças. Geramos reflexão sobre o que cria nossas "verdades", nossas crenças, como elas são criadas e como lidar com elas para poder se abrir ao novo. 

Falamos quais são os caminhos que o feminino e o masculino contemporâneo estão seguindo para se recriar. Trouxemos atitudes do dia a dia que afetam as relações mulheres e homens, tentando mostra a um e ao outro, como o sexo oposto pensa na tentativa de contribuir com a relação a dois. Isso tudo porque identificamos outro movimento humano, relacionamento romântico e companheiro. Caminho que as mulheres e homens estavam escolhendo para atravessar a crise.

Neste começo do segundo ano do blog, decidi falar sobre algo que no fundo é um dos pilares da grande transição que estamos vivendo: a mudança de conceito do que é o poder. Destrinchado no Projeto Uno, realizado pela behavior em 2013, este movimento humano, ao qual denominamos de poder isonômico, foca em como o poder conforme o conhecíamos, focado na estratificação e hierarquias está caindo por terra.

Vamos saber um pouco mais sobre isto? 

Boa semana para todos.