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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Diálogo e "combinados" - a medida da relação

Quando eu me separei, há quase 15 anos, não tinha maturidade suficiente para entender que devia explicações para algumas pessoas que, de certa forma, estavam envolvidas neste relacionamento. Especialmente meus pais e meus sogros. Soube, algum tempo depois, que minha sogra ligou para a minha mãe perguntando o que havia acontecido. Ela respondeu dizendo que eu era uma mulher difícil e impetuosa, que sempre fazia as coisas do meu jeito sem dar muitas explicações e, ainda por cima, eu não era exatamente uma dona de casa, pois trabalhava muito. Quando ela me contou isso fiquei muito magoada. Hoje eu entendo o que ela disse e até concordo. Em partes. 

A verdade é que eu não era mesmo dona de casa, pois eu tinha uma profissão e trabalhava – o que era uma realização para mim, mas também uma necessidade já que ajudava a pagar as contas da casa. Também era mandona e, realmente, nunca parei para avaliar que em uma vida a dois é preciso fazer “combinados”, ou seja, fazia mesmo o que queria sem perguntar ao meu marido o que ele achava. Com a maturidade que os anos me trouxeram, percebo que eu nem tentei salvar meu casamento. Simplesmente deixei o que não estava funcionando para trás e fui em busca da minha felicidade. 

Mas esta é apenas parte da história. A outra parte teria que ser contada pelo meu ex-marido e, sinceramente, eu não conheço a versão dele, embora tenhamos um ótimo relacionamento hoje em dia. Por isso não posso – e não devo – falar por ele, mas ainda hoje me pergunto se havia algo que poderia salvar o nosso casamento.  Ele era um homem honesto, íntegro, trabalhador. Um bom pai também. Mas eu realmente tinha dentro de mim um ânsia de querer muito mais do que brincar de casinha. Eu queria ganhar o mundo, ser surpreendida, viver algo quente, arrebatador. Mas a nossa relação era morna e não havia diálogo. Não posso dizer que ele se sentia um pouco como uma “majestade”, conforme nossa reflexão no início da semana, mas acredito que se eu fosse uma mulher com menos desejos e mais conformada com a vida, ele teria ficado muito bem ao meu lado, recebendo os agrados de esposa carinhosa, que reconhecia o esforço que ele fazia. O problema é que eu não via esforço. E nós tínhamos apenas vinte e poucos anos! 

Refletindo sobre isso, tantos anos depois, acredito que fomos vítimas de um momento em que homens e mulheres estavam perdidos sem saber ao certo o papel de cada um. Mas por algum motivo, eu me recusei a ficar naquele jogo de faz de conta. A vida levou cada um de nós para onde deveríamos ir. Mas teria sido bem legal se eu já soubesse todas as coisas que sei hoje. Talvez eu não tivesse sido a moça impetuosa que minha mãe descreveu para minha sogra como motivo da separação. Tudo está certo no melhor dos mundos afinal. E quem sou eu para dizer que não.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sua majestade, o relacionamento equilibrado!


Street art fotografada na fachada
de um restaurante em Moema. Sem a assinatura do artista
Toda vez que a Nany traz  fatos que colocam em perspectiva o homem atual e seus dilemas sinto um certo desconforto. Especialmente nas seguintes palavras: 

Só que esse novo rei não quer reinar sozinho pelo ônus que isso significa. E ai, ele quer o posto de majestade, tendo seus desejos atendidos, mas sem a responsabilidade de ser o provedor e o sábio. Fácil, não é? O caminho encontrado por aqueles que não lutam pela retomada do poder, no poder para, é virar quase um filho da mulher. E a mulher meio maternal, e meio porque lá no fundo acredita que mulher é superior ao homem, vira uma grande companheira-mãe que trata de proteger, dirigir e perdoar o seu homem.

Sabendo que se trata da verdade estudada por ela nos projetos da Behavior, e portanto, absolutamente crível, fico sempre me questionando de onde vem este meu incomodo. Não sou exatamente uma mulher maternal e por isso descarto o fato de achar que o homem tem que vestir o seu manto de rei e, nós, as protetoras, temos que passar a mão na sua cabeça. 

Tenho comigo que o que mexe comigo tem a ver com o meu filho. Sempre me questiono sobre o que é necessário fazer para criar um homem para uma nova era. Como trazer o seu lado positivo deste momento, deixando de lado os padrões que delimitaram os últimos séculos? Não é nada fácil. Especialmente no que diz respeito aos relacionamentos amorosos. Óbvio que sempre tentei ensinar meu filho a ser respeitoso, integro e absolutamente sincero com as meninas. Também tento passar meus próprios valores mostrando a ele que, numa relação, todos temos que compartilhar o lado bom e ruim, o ônus e o bônus e que, definitivamente, não há o melhor, o maior, o mais importante.

Ainda é cedo para ver se ele vai construir relações maduras e de companheirismo tão necessária neste novo momento, mas sou otimista e acredito que exista luz no fim do túnel. Vejo isso nas relações que meus sobrinhos mais velhos estão construindo com suas companheiras. Percebo entre eles algo mais equilibrado do que na minha geração ou em gerações anteriores, onde a menina tinha ou um papel de subserviente ou de superiores a todos os machos. Nem sinto a majestade tão destacada neles, embora, obviamente ainda aparecem naquele jeito mais despojado que a maioria dos homens possuem. E claro que ainda existem diferenças (ainda bem!), mas elas não estão relacionadas a quem manda ou a quem tem mais poder sobre o outro.  

Existe um outro lado desta questão que me parece também fundamental: a forma como as jovens mulheres vão lidar com este novo homem. A evolução vai ser feita pela caminhada lado a lado e o equilíbrio da relação passa pela aceitação mútua – não vejo ainda uma outra forma. Neste ponto meu coração fica bem apertado, pois sinto o quanto é fundamental o papel dos pais atuais nisso tudo. Não existe milagre e nossos jovens só poderão romper com os antigos padrões se nós, os pais, trabalharmos os alicerces necessários para isso.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Para positivar o homem na sociedade devemos acabar com o conceito de homem-majestade. Será que estamos prontos?

Vamos falar esta semana dos homens. Dizem que mulher adora falar de homem, eu creio que mulher adora falar de tudo, mas sem dúvida homem é um tema interessante  e instigador, sobretudo para aquelas que estão na busca do relacionamento-romântico-feliz, tema que abordamos a semana passada.

Tenho, nos meus estudos, buscado algo que positive plenamente o homem nestes tempos contemporâneos. Algo que faça ele ter real orgulho da sua identidade masculina e que não seja o poder antigo - poder sobre, tema de nossas últimas semanas. Mas ainda não encontrei, embora tenhamos alguns caminhos interessantes se configurando. A importância de positivar o homem tem a ver com a necessidade de equilibrara as forças masculinas e femininas, que acredito seja necessária para facilitar a formação do relacionamento romântico feliz.

frase na parede da Casa do Saber em São Paulo
Porque é tão difícil positivar a nova identidade masculina? porque ela, ao ter sido o lado público do velho modelo mental e social, esta ligada diretamente ao poder antigo e a forma como vemos o que é bom e o que é ruim nesse cenário. Mulheres e homens estão em processo de transição para o novo modelo social, e embora desejemos o novo - e o novo poder, poder para - ainda estamos presos às estruturas de valores e crenças que nos atam ao velho mundo. Assim, na hora do julgamento, da incerteza pegamos o baú de valores e crenças, o abrimos e nos vestimos dele para operar.

Especificamente sobre os homens, por milênios ocuparam lugar de destaque na sociedade. Isso fez com que acreditasse que possuem um quê de majestade. De direitos diferenciados. Alguns até acreditam mesmo que deveriam ser tratados como reis. E a busca pelo novo papel, novo espaço para os homens passa, infelizmente, de alguma maneira por retomar esse privilégio.

Só que esse novo rei não quer reinar sozinho pelo ônus que isso significa. E ai, ele quer o posto de majestade, tendo seus desejos atendidos, mas sem a responsabilidade de ser o provedor e o sábio. Fácil, não é? O caminho encontrado por aqueles que não lutam pela retomada do poder, no poder para, é virar quase um filho da mulher. E a mulher meio maternal, e meio porque lá no fundo acredita que mulher é superior ao homem, vira uma grande companheira-mãe que trata de proteger, dirigir e perdoar o seu homem.

Fez sentido para você? Vamos falar mais disso esta semana?

Boa semana para todos e que este início de primavera traga bons e prósperos frutos para todos!

terça-feira, 10 de junho de 2014

Construindo sociedades orientada por valores

Começou hoje aqui em Sanga-Säby Hotel & Conference em Estocolmo o Seminário coordenado pelo Barret Valeus Center, fundado pelo mestre Richard Barrett. O tema deste ano Building a Valeus-Driven Society. A behavior está participando através da Nany Bilate e alguns importantes alimentarão nosso blog nas próximas semanas.  

O local escolhido não podia ser mais adequado à proposta do seminário, muito inspirador: uma fazenda nos ao redores de Estocolmo 100% sustentável. Com elegância e simplicidade, integrado com a natureza; altamente confortável sem supérfluos. Não existe serviço de quarto mas conta-se com a amabilidade sueca que nos surpreendeu. Comida orgânica, boa parte dela produzida aqui. O hotel me lembrou muito o hotel Explora na Patagônia Chilena. Foi lá que conheci pela primeira vez o que o mundo novo estava chamando de luxo. E aqui não é diferente. Há um mundo novo com relações sustentáveis em todos os níveis tornando-se bem real para quem realmente quiser fazer parte dele.