sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A matemática das mudanças!


Não sei se foi porque acordei com a história do dia 13 na cabeça, mas passei o dia pensando em números. Fiz umas contas bem por cima que me surpreenderam.Por exemplo: eu passei meus últimos 8 anos trabalhando numa empresa, que nunca se mudou. Isso significa que foram quase 2.000 dias da minha vida passando pelos mesmos lugares. Devo ter entrado no elevador e apertado o número 17, andar da firma, pelo menos, umas 6.000 vezes. Almocei num mesmo restaurante, pelo menos umas 500 vezes. Fui ao mesmo banheiro umas 20 mil vezes (tomo muita água e faço muito xixi). Fui gostando da brincadeira e aprimorei um pouco: fiz, por baixo, uns 1.500 briefings (teve épocas, anos atrás, que chegava a fazer uns 8 por dia!).Devo ter respondido, por baixo, uns 20.000 emails. Comecei ganhando x (quando fui lá apenas para fazer um projeto de 3 meses de duração) e acabei como diretora, com salário 5 vezes maior do que o x do projeto inicial. Recebi mais alguns xx de bônus. Devo ter falado as palavras bom dia, obrigada e por favor – somadas todas – umas 40.000 vezes. Andei bem uns 700 quilômetros entre a garagem e a minha mesa. Fiz mais e mais dessas estimativas, mas creio que já é o suficiente para ilustrar. 

Então constatei: e agora só me restam mais 3 dias. O menor dos números de todas essas contas! Frio na barriga! Medo! Quase congelei! Estamos falando de mudanças esta semana no fim das contas e aí, me pego com esta afirmação. É estranho. Fico me perguntando o que faço no dia em que não tiver as referências que passam pelo meu olhar diariamente. As mesmas paisagens, os mesmos rostos, a mesma rotina! Que coisa louca esta sensação de falta. 

Mas aí mudei o foco. Espera! A paisagem mudou sim. Eu é que não me dei conta. Veja: eu vi a ponte estaiada ser construída. Cada bloco de concreto que foi colocado ali, eu acompanhei. Vi a favela do jardim edith pegar fogo duas e depois vir abaixo. Vi o residencial popular que foi construído ser erguido tijolo a tijolo e agora, mais recentemente, acompanho cada concreto do monotrilho. Vi lojas e restaurantes fechar e abrir as portas no centro comercial que tem embaixo do prédio. Vi amigos e conhecidos irem embora. 

Então entendi que o fluxo tem que seguir e nada mais me resta a não ser ir com ele. Com o coração grato, a alma limpa e feliz porque a mudança me permite a renovação do olhar: externo e interno. Dá medinho, lógico, mas lá vou eu!
Foto da Ponte Estaiada já pronta (tirada de dentro meu carro)

O Jardim Edith demolido

O monotrilho pelo retrovisor do carro

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