Esta é a época do ano que mais se fala em
planejamento. As empresas enlouquecem organizando suas verbas para o próximo ano,
as pessoas fazem planos e promessas de coisas que desejam.
Este é um ano em que esta
história de planejamento ficou mais perto de mim do nunca. No processo de
coaching que estou fazendo este é o exato momento em que tenho, numa linha
do tempo, que planejar minha carreira para os próximos 6 meses, 2 anos, 5 anos, 15
e 20 anos. E com riqueza de detalhes! Para
me ajudar a fazer este trabalho, tem um roteiro com milhares de perguntas
racionais e emocionais: desde de como eu pretendo guardar dinheiro para quando
me aposentar até quais sãos meus sonhos e como pretendo realiza-los. Empaquei
nesta linha do tempo. Nunca fui de me planejar neste grau de detalhes. Me
considero uma pessoa intuitiva e que costuma mais ouvir o coração. Todas as
oportunidades que tive, até hoje, vieram sem que eu fizesse um projeto detalhado para isso.
Não estou dizendo que foram sem esforços ou sem que eu trabalhasse para que elas
acontecessem, mas realmente não sei colocar no papel exatamente aquilo que
quero que aconteça.
Tenho uma amiga que faz isso com maestria. Não só com a
carreira dela, mas com todas as outras partes da vida. Por exemplo, a viagem de
férias dela e da família, de 2015, já está comprada e roteirizada. Não, não
errei. É a de 2015 mesmo. A de 2014 então....já é até coisa do passado sem ainda ter
sido.
Me divirto ouvindo ela contar sobre isso. Mas sempre falo, para ela
inclusive, que eu gosto da surpresa. De chegar num lugar e encontrar coisas que
não li antes e que não sabia que existia. De novo: não significa que não faça
algum planejamento, mas deixo brechas para o novo, muitas brechas.
Uma das melhores
viagens que fiz, foi há uns 3 anos atrás para a Europa, com meu filho (na época
com 14 anos) e meu sobrinho (com 18). Foram 25 dias, com os lugares por onde íamos passar definidos e alguns passeios que realmente já foram organizados aqui do Brasil.
Mas tivemos diversas passagens surpresas que é o que mais lembramos e gostamos.
Por coincidência, duas delas aconteceram em Lisboa.
Um dia, já no fim da tarde, voltamos de metrô para o hotel e
paramos numa estação antes da que deveríamos. Tivemos que atravessar todo o
parque Eduardo VII que é enorme. Era verão e o calor batia lá
na casa dos 37 graus. Estávamos exaustos e então, no meio do parque, o sistema
de irrigação automático começou a funcionar. O meu filho colocou o pé na água
e olhou para nós. Meu sobrinho fez o mesmo. Foi quando decidi deitar no chão e
me molhar, tal e qual a grama que ali estava. Os dois fizeram o mesmo e lá
ficamos nós tomando “banho de magueira” - como se diz na minha terra. Foi bom
demais aquela sensação. Passamos meia hora deitados, nos refrescando e vendo o
céu azul. Voltamos para o hotel em estado de graça.
Em um outro dia, nos
perdemos ao voltar de uma loja de departamentos e quando conseguimos nos "achar" já era bem tarde. Fiquei preocupada porque os meninos estavam com
fome, mas aquela hora seria difícil encontrar algum lugar para comer. Foi
quando olhei, no alto de uma pequena montanha e vi uns janelões de vidro e um lindo
gramado. Falei para os garotos que ali parecia ser um restaurante e fomos checar. Era os fundos de um restaurante mesmo. Quando chegamos na frente do lugar, percebemos
que era super chique. Disse a eles poderíamos comer ali mesmo, não importava o
preço: uma vez na viagem toda, não iria nos quebrar. Só que tinha um problema: estávamos
os 3 de chinelos e os meninos estavam de bermuda. O lugar não aceitava que as
pessoas entrassem assim ali. Expliquei ao maitre o que tinha acontecido e ele
foi falar com o chef para ver se ele nos deixaria entrar assim mesmo. Ele
deixou! O restaurante era incrível e foi delicioso. Também foi caro, é verdade.
Mas valeu cada euro gasto. Já de volta ao Brasil descobrimos que aquele era um
dos melhores restaurantes da Europa. Para nós, até então, era
apenas o lugar certo, na hora certa. Isso nos motivou, ainda mais, a deixar
espaços para que as coisas fluam, mesmo quando tudo está muito bem planejado.
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Nós 3 em Roma. Muitas coisas descobrimos porque não planejamos! |
Que 2014 também seja assim para todos nós. Planejado
na medida certa e aberto para o novo.
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