Temos falado bastante sobre o movimento
humano desestruturação – que significa sair da fôrma – por ser o mais visível
e fácil de ser assimilado. Seus efeitos são contundentes e estruturais, por
mais contraditório que possa parecer.
Lendo o post da Isa e sua dificuldade em fazer shavasana num período de desestruturação lembrei do livro
do Zygmun Bauman, Modernidade e Ambivalência, que trata exatamente do fim da ordem
e do início (?) de um período que a ambivalência será a forma de lidar com o mundo. Compreendi com o grande mestre
Bauman que criamos a ordem, e ela, trabalha com dois polos, aos quais colocamos valor, sendo que um é o certo e o outro é errado. Assim
é para tudo. Homem – mulher, criança – adulto, negro – branco. Nessa dicotomia estabelecemos uma ordem para viver, organizando nossos dias e horários de acordo a aquilo que é o certo.
Quando desestruturamos, qual é o certo? qual é o norte se a bússola está girando loucamente? Assim, trabalhamos sábado e domingo, e descansamos terças-feiras. Tiramos férias em setembro e ficamos no natal. Dormimos até as 11 da manhã e trabalhamos durante a madrugada. Qual é o certo? qual o errado?
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Sentar para tomar uma xícara de chá, demoradamente, em plena segunda à tarde e jogar conversa fora, pode? E por que não? |
Usar a bússola da sociedade apontando onde está o norte para me guiar, está cada vez mais difícil e falso. Eu vivo na ambivalência há um bom tempo e posso lhes dizer: é um prazer e meus grandes guias são meu Sentir e exercitar o amor.
É sobre isto que iremos falar nesta semana: a ambivalência e a não ordem e seus incômodos e benefícios. Tenham todos uma ótima semana com muita não ordem!
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