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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Acende a luz do trem fantasma e descobrirá que o esqueleto é de plástico!


Celebramos a semana com o movimento humano que é o desejo de integrar, de saber transitar entre o público e o privado sem abrir mão de quem você é. E de uma forma ou outra, todas as reflexões passaram pelo autoconhecimento. Já vi muitas pessoas que se intimidam com a busca do aperfeiçoamento de si mesmo, pois enxerga o lado dolorido desta história. Porém, como tudo na vida, este caminhar também não é feito só de sacrifícios. Ele é feito também de lindas descobertas, de sensações até então inexploradas de integração e paz. Vale a coragem. E a dica para o fim de semana? A sugestão é enfrentar um de seus medos para perceber como você é capaz. Não precisa ser nada arriscada. Por exemplo: eu sempre tive medo de fogo e até meus 31 anos eu nunca tinha riscado um fósforo! É isso mesmo! 31 anos! Até o dia que eu disse para mim mesma que eu passaria por este medo a qualquer preço. Fiquei hora com o palito na mão até conseguir partir para ação. Pronto. Risquei o fósforo, o medo passou e nunca mais sofri com isso. Eu criei uma metáfora para essas situações:

"Acende a luz do trem fantasma para descobrir que o esqueleto é de plástico". 

E o que isso tem a ver com o medo da jornada rumo a si mesmo? Oras...o medo de ir em frente nesta caminhada não tem nada de diferente do meu medo de riscar os fósforo. Que tal tentar?

Deixo aqui alguns ensinamento deixado por escrito por um sábio sufi chamado Hafki:

Aceite com sabedoria o fato de que o caminho está cheio de contradições.
O caminho muitas vezes nega-se a si mesmo, para estimular o viajante a descobrir o que existe além da próxima curva.
Se dois companheiros de jornada estão seguindo o mesmo método, isso significa que um deles está na pista falsa. Porque não há fórmulas para se atingir a verdade do caminho, e cada um precisa correr os riscos de seus próprios passos.
Assim como não existe duas folhas iguais numa floresta, não existem duas viagens iguais no mesmo caminho.


Um fim de semana cheio de desafios, coragem e enfrentamento para todos nós.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Os desejos são muitos e as necessidades são poucas

Um guru indiano muito famoso na década de 60 e 70 dizia o seguinte: “Sempre que você perceber a sociedade em conflito com a sua natureza, escolha a natureza, não importa o custo. Assim, você nunca será um perdedor”. 

Ele explica este pensamento da seguinte forma:

Até o momento, o pensamento geral é que o indivíduo existe para a sociedade, que o indivíduo precisa seguir o que a sociedade dita, que o indivíduo precisa se ajustar à sociedade. Este se tornou a definição de um ser humano normal: aquele que se ajusta à sociedade. Mesmo se a sociedade for insana, você precisará se ajustar a ela; assim você será normal. O problema disso para o indivíduo é que, muitas vezes, a sua essência requer uma coisa, e a sociedade requer o contrário.



Sejamos claro: você não precisa ser um hippie fora de época para achar que este pensamento tem algo libertador. Mas todos sabemos que na prática é  muito complexo viver totalmente como manda a sua essência.  A coragem para “escolher sempre a natureza” cobra um preço alto na maioria das vezes. Você será julgado como uma pessoa egoísta, que não pensa no próximo - no mínimo. Provavelmente irá magoar muitas pessoas também, pois é difícil para a maioria de nós compreender que o desejo do outro é diferente do nosso.  


Por isso falamos nestes dois últimos dias sobre o desejo de integrar e o caminho do meio! Certamente reprimir todo a sua essência o fará adoecer. O tornará frustrado e infeliz. Por outro lado, se você não tiver uma boa dose de autoconhecimento vai ser muito fácil confundir a sua natureza com a sua vontade. Aquela...que vem do ego. Lembre-se: os desejos são muitos, as necessidades são poucas!

Portanto se conhecer profunda e sinceramente e saber a hora de ceder e a hora de não ceder é almejado por todos aqueles que buscam melhorar e evoluir.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A força da rosa ou do aço?


Abrindo o tema desta semana ( “desejo de integrar”) a Nany colocou no texto de ontem, a possibilidade (e a dificuldade) de se andar pelo caminho do meio. Para mim isso significa viver dentro das nossas verdades, sem ferir a verdade do outro ou a própria sociedade/comunidade onde se vive/está inserido.  

Bem difícil, especialmente nos dias de hoje em que o indivíduo existe para a sociedade e não o inverso. Lembrei então, de um amigo que esteve na Índia anos atrás, e trouxe de lá uma bela história. Ele ouviu de um senhor na rua, num destes festivais indianos que fazem multidões celebrarem pelas ruas em comunhão com o que é sagrado para eles. Diz mais ou menos assim:

Um imperador chinês foi visitar um mestre zen e o encontrou rolando no chão às gargalhadas. O imperador ficou indignado com aquele tipo de comportamento, pois não era o que se esperava de um homem tão sábio. Ele repreendeu o mestre dizendo que aquilo era grotesco e que alguma etiqueta precisava existir em público. Disse ainda, que rolando de rir no chão daquele jeito, ele parecia mais um louco. O mestre olhou para o imperador e disse: "você mantém esse arco sempre esticado e tenso ou permite que ele também relaxe?". Ele estava falando do arco e flecha que o imperador carregava junto a sua vestimenta. O imperador no mesmo momento respondeu:  "Se eu o mantiver continuamente esticado, ele perderá a elasticidade  então não terá utilidade. Ele precisa ficar solto para que, quando eu precisar, ele tenha elasticidade".  O mestre simplesmente respondeu: “É isso que estou fazendo”.

Para mim este conto  tem um significado profundo e especial.  Quando meu amigo me contou esta história, ele tinha uma intenção: mostrar o quanto eu estava ficando dura e inflexível ao longo do tempo. Foi numa época em que realmente eu me defendia de mim mesma, vindo a público com todas as ferramentas que tinha para me impor. Quem me conhecia de outros tempos, como esse amigo, percebia que um dos meus dons maiores, era o da fluidez, da flexibilidade.  Mais tarde compreendi que, por medo e insegurança, eu me tornei alguém que tentava viver dentro do ambiente mais controlado possível e, desta forma, diminuía todos os grandes riscos: de sofrer, de errar, de me mostrar... E isso me deixava cada vez mais vivendo num extremo sem muito abertura para olhar o todo.

Compreendi então, graças a esse amigo e a muitas outras pessoas de luz que sempre me cercaram, que o melhor poder é aquele que cresce na mesma proporção que a vulnerabilidade. 

Para mim isso define bem o caminho do meio. Forte, mas ainda flexível. Uma rosa e não aço. 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

público e privado, separar? integrar? o que é saudável para você?

Bom dia a todos. Quem acompanha nosso blog sabe que nosso interesse é trazer aqui temas oriundo dos nossos projetos (atualmente estamos com o Projeto Uno em campo) que se mostraram relevantes para o brasileiro. A ideia é trazê-los em forma de comportamentos corriqueiros para gerar reflexão sobre eles. Contribuir com a conscientização e sair do comportamento automatizado.  
Há um bom tempo descobri que a informação traz conhecimento que gera consciência. E com consciência você consegue fazer escolhas com maior lucidez. Claro, tem pessoas que não desejam esse grau de consciência, preferem partilhar a responsabilidade de sua vida com o mundo. O livre arbítrio está ai para isso, não é mesmo? 

Esta semana vamos falar sobre integrar que é um conceito muito discutido hoje nas ciências humanas. Integrar é uma resposta à divisão que fizemos nas nossas vidas. É um fato que acostumamos a ver a vida de forma binaria (feminino - masculino, criança-adulto, branco-negro, rico-pobre, bonito-feio... e assim vai). A visão binaria contribui com a competição e a hierarquia. E a hierarquia no fundo tem a ver com exercício de poder, considerando aqui poder, não como potencialidade de ação mas sim como poder sobre os outros. Aliás mesmo fugindo um pouco ao tema do nosso blog não consigo evitar trazer outro ponto para reflexão: muitas dos movimentos e entidade que lutam pela igualdade de classes - partindo de uma visão binária - incentivam mais, no meu entendimento, a raiva da separação. Creio eu, e ai meu ponto a refletir, seja porque eles sobrevivem da separação, da luta. Se a luta acabar, o que será deles? Antes de voltar ao nosso tema de hoje, deixo bem claro que sou totalmente a favor da isonomia (igualdade perante a lei).  

Bom voltando ao tema, vários movimentos, desde a década de 60 especialmente, tem alertado para despertar em nós a visão holística cuja proposta é observar o todo e um ponto como parte desse todo. A consciência da possibilidade de uma visão holística nas nossas vidas, nos ajudou a chegar onde chegamos, como estar discutindo este tema hoje no blog, por exemplo. Quando você desperta a visão holística em você se faz necessário a integração das camadas existentes em você e na tua vida, originadas pela antiga visão binária.

Em função do movimento humano, desejo de integrar, começamos a diluir os limites das camadas separatórias nas nossas vidas. Hoje se discute muito os aspectos públicos e privados de cada um. Compreendendo o espaço público como o local onde vivemos um papel social mais formatado - trabalho, rua, ambientes públicos em geral - e espaço privado com o local mais intimo, como nossa casa, nosso núcleo familiar.

A ideia dessa separação é que no espaço público representamos mais, é nosso palco diário. E no espaço privado somos mais autênticos, mais nós mesmos. Bom, hoje fala-se muito em integrar essa 'persona' que criamos para lidar com o espaço público com a pessoa que somos para assim vivermos de forma mais genuína. A intenção é que se formos mais genuínos seremos mais felizes. Esta uma crença que está se consolidando.

O Jung disse que o homem avança no seu desenvolvimento em aspiral ascendente, indo de ponta a ponta, sempre subindo, mas indo de um extremo a outro na tentativa de corrigir os erros do estado atual. Sendo assim já que a separação - visão binária - não nos trouxe toda a felicidade que imaginávamos ter, estamos indo para a integração - visão holística - na tentativa de achar o pote no fim do arco iris.

Cada vez penso mais que o caminho do meio, que o oriente antigo tanto fala, embora hoje em dia lá também tenham se perdido na sua caminhada; é um caminho mais restaurador. Devo reconhecer que é difícil andar no meio sem ter experimentado os extremos. Mas a questão para refletir esta semana é a integração versus a separação. 


É válido para nós integrar? O quanto você quer ser o tempo inteiro como você é, ou acha que é, mesmo no espaço público em detrimento dos valores dos outros, do que é importante para os outros? Será que isso não é auto-importância acima do limite? Ou seja, será que isso não extrapola o limite do outro? Penso que o espaço público é um espaço para todos. E para todos poderem conviver de forma saudável existem regras mínimas de convivência. Isso, na minha opinião, não é prisão nem se subjugar. Isso, é você compreender que você não é um ser único na terra e que aceitar o outro e sua expressão de vida, seja ela qual for, também é aceitar a você como parte desse todo.

Por um outro lado, quem separa o tempo inteiro a persona da pessoa, será que partilhar teu ser em vários 'seres' te deixa feliz? A final, você sabe quem é você? Entende de você, do que você gosta, do que te faz feliz, do que você não gosta? Você consegue saber quando para de atuar e começa a ser você de verdade? E a ideia aqui, parte de uma crença nossa que sabendo VOCÊ quem VOCÊ é, há mais chances de encontrar um caminho que te deixe mais pleno, satisfeito e com isso alcance, se não o pote no fim do arco iris, pelo menos uma tranquilidade e leveza para caminhar neste mundo complexo.

Gostou do tema? mexeu contigo? tem mais durante semana.

Boa semana a todos.