quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O que o coelho da Alice e a lebre da tartaruga tem a ver com isso?


Tentando buscar inspiração para continuarmos o tema da semana (ritmo interno) fiquei me questionando: tudo isso tem a ver com totalidade na ação.  Veja: uma das ideias éramos falar em cadência, ou seja, termos sempre um mesmo ritmo para não nos cansarmos logo na largada, mas para ter gás para chegar até o fim. Outra ideia era abordar o assunto pelo aspecto de que ao agirmos de acordo com o ritmo interno, não cansamos, ou seja, desmistificamos a ideia de que o ritmo interno tem que estar atrelado ao descanso ou mesmo a uma mudança radical de vida. No fim, tudo que encontrei como referência - literatura, vídeos, entrevistas - me levavam ao mesmo lugar: totalidade na ação. Joan Borysenko, especialista em administraçãoo de estresse e doutora em ciências médicas pela Escola de Medicida de Harvard diz no seu livro Paz Interior Para Mulheres Muito Ocupadas:

"Aos poucos a vida passa e você começa a se perguntar onde esteve durante todos esses anos. Quanto mais ocupado é o dia, maior a probabilidade de você  se transformar em um cometa no espaço zunindo pela galáxia com o piloto automático ligado. É como estar sonâmbulo e quando você volta “de repente” nota que está com seus ombros e pescoços tensos como uma rocha.  Você simplesmente não sabe como ficou assim.” 

Lendo esta parte do livro, nua e crua,  parece até exagero, mas pare para pensar quantas vezes isso já não te aconteceu só hoje? Os budistas dizem que ser total na ação é estar livre dela. Esta é a verdadeira meditação que te leva ao seu próprio ritmo. Nas coisas mais triviais da vida temos que estar absorvidos, intactos, entregues. O mesmo acontece (ou deveria acontecer) no trabalho, nos nossos momentos de diversão e até mesmo quando descansamos. Quantas vezes você passa um fim de semana em casa, sem fazer nada aparentemente e, na segunda-feira sente-se cansado como se simplesmente não tivesse existido esta pausa? 

Esta consciência da integridade na ação, de não deixar seus pensamentos escaparem para os lados, é que o torna mais produtivo, mas feliz e mais conectado com o todo. Seu ritmo é a sua consciência presente. O estar intacto e entregue a tudo que faz. Busque esta consciência e será cada dia mais fácil de deixar aquela sensação de ser o coelho – seja o  da Alice que está sempre atrasado ou seja a lebre da fábula que subestima a tartaruga e dorme.

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