Esta semana está bem corrida e fora da minha rotina por conta de um evento que estou fazendo. Sabia que seria assim há meses, aliás. Nem por isso deixei de sentir aquela sensação de
angústia por achar que tenho mais coisas para fazer do que meu dia me permiti.
Foi assim que acordei às 5:50h, sem se quer olhar para o céu e agradecer por
este dia – coisa que faço desde que tenho uns 5 anos de idade! Fiz o café da
manhã para o meu filho da forma mais automática que eu alguém é capaz de fazer
algo, pois meu pensamento estava obcecadamente focado em listar todas as coisas
que eu tinha que fazer hoje, especialmente para dar conta de dois compromissos
que estão marcados e que não quero furar – um na hora do almoço e
outro no início da noite. Foi assim que coloquei o café na mesa e chamei meu
filho. Dali já fui logo para o meu escritório adiantar algumas das minhas
tarefas e listar todos os afazeres do dia para não me perder.
Era 6:30h da
manhã e eu já estava absolutamente envolvida com o mundo lá fora, sem me dar
conta do furacão que se formava no mundo aqui de dentro de mim. Tinha que
começar a definir aquilo que não ia conseguir fazer e pensei que
deveria avisar a Nany que hoje não daria para escrever no blog. Esta decisão
é difícil para mim, pois escrever no Movimentos Humanos é um dos
compromissos mais sérios que assumi nos últimos tempos, uma das minhas
prioridades. E estava eu ali, diante da decisão de enviar uma mensagem dizendo
que ia “furar”. Não se trata de deixar de fazer algo para a Nany, trata-se
especialmente de deixar de fazer para mim (por mim) e isso me deixaria muito
frustrada.
Fechei os olhos - muito mais na intenção de pensar numa
outra alternativa do que de acalmar o turbilhão mental em que me encontrava.
Foi quando a voz, sempre a voz, me disse: lembre-se do tema desta semana (ritmo
interno) e tome uma xícara de chá. Fiquei ali imóvel por alguns minutos,
absorvendo aquelas palavras que vinham de dentro de mim.
Fui preparar o chá. Acendi o incenso que costumo usar para meditar, liguei minhas
músicas de relaxamento, sentei no meu espaço preferido e comecei a respirar –
fazendo o que na ioga chama-se de pranayama. Foi quando minha outra vozinha, a
mental, começou a falar sem parar: “Não acredito que você está lotada de coisas
para fazer e ao invés de se mexer está aqui tomando chá e respirando. Você
ficou louca?”. Respondi calmamente e em voz alta: “Sim, estou louca e você pode falar quanto
quiser, pois eu vou continuar aqui fazendo exatamente isso”. Foram 15 minutos
em paz e uma nova vibração tomou conta de mim. Sentei novamente na minha mesa de trabalho, olhei
para a parede em frente e meu olhos cruzaram com um bilhete do meu filho
enquadrado há uns 5 ou 6 anos que diz assim:
Mãe...
Todas as lições estão aqui!!!! Guarde na minha mala
depois. As folhas você pode deixar dentro do livro de espanhol. Ahhhh, assina
também o negócio do “fut” se você deixr eu ir (em cima do computador). Bjs!!!!
PH J
Este bilhete está enquadrado porque ele me lembra de
uma época em que eu tentava ser uma boa mãe (olha que lindo: eu via o dever de
casa dele todos os dias!). Mas falava com o menino por bilhetes! Chegava em casa, muitas vezes, quando ele já estava
dormindo! Mais do que lembrar desta época aquele quadro me diz: "existe um outro caminho". Foi o que eu fiz de uns tempos para cá. Optei! Não por
trabalhar menos, pois só trabalho mais a cada dia, mas faço de uma forma um
pouco menos tumultuada, atribulada, agitada e ansiosa. E quando isso começa a acontecer,
eu simplesmente tomo um xícara de chá.
Pronto! Aqui está o texto do blog! Não
são nem 8 horas da manhã, ainda tenho uma hora e meia para o meu próximo
compromisso, metade do que estava me incomodando já foi feito e eu estou em paz. Vai ser um dia agitado, mas agora, tenho certeza, dará tudo certo.
P.S.: Só por curiosidade, deixo aqui, uma musiquinha (bem bobinha) que gosto de ouvir com a xícara de chá quando vou ficando muito ansiosa. A melodia e a letra me deixam em paz!
P.S.: Só por curiosidade, deixo aqui, uma musiquinha (bem bobinha) que gosto de ouvir com a xícara de chá quando vou ficando muito ansiosa. A melodia e a letra me deixam em paz!
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