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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Não basta pedir para a fadinha. Tem que saber pedir.


Desde muita pequena ela decidiu que seria independente e achou que isso tinha a ver com dinheiro, sabe-se lá por quê. Dizia, com certo deboche, que teria vergonha de ter que pedir dinheiro para o marido – caso viesse a ter um. “Imagina ter que pedir dinheiro até para comprar minhas panelas”. Adorava esta frase!

Aos 16 anos arranjou um emprego. Interessante que não foi movida pelo desejo de se livrar financeiramente dos pais. Muito pelo contrário: queria restaurar a confiança deles, perdida num ataque de rebeldia da noite para o dia – coisa até comum na adolescência. Reconquistou a confiança dos pais e ainda começou a receber salário. Pequeno, é bem verdade, mas dinheiro de qualquer jeito. Já de cara viu que não tinha lá muita intimidade com o assunto. Recebeu num dia e gastou tudo no outro. Economizar não era matéria da escola e nem passou pela cabeça que poderia fazer algo maior com o dinheiro que merecidamente recebeu (mal sabia ela o que este hábito poderia ter feito ao longo da sua história...). 

Depois entrou na faculdade, começou a estagiar, já ganhava um pouco mais. Outros desejos de consumo começaram a lhe interessar. Primeiro pequenos luxos que sempre quis ter, mas a família sempre achou bobagem. Depois mudou o estilo de se vestir. Deixou de ser surfista, passou a ser boêmia. Suas novas amigas tinham roupas lindas. Por que ela não teria também? Já estava trabalhando com “carteira assinada” quando se formou, recebendo um salário bem descente. Noivou, casou e a promessa se cumpria: as panelas ela comprava, embora nem tivesse tempo para cozinhar. Trabalhava muito, adorava trabalhar. Queria mais, queria tudo que a boa vida pudesse dar. Teve filho e queira muito para o filho também. Queria de tudo, queria mostrar, queria ter, desejava, necessitava. Foi de emprego em emprego caminhando em direção ao sucesso e de mais dinheiro. 

Separou-se, recebeu o convite para mudar de cidade. Negociou um preço. Pagaram seu preço. Foi parar na cidade grande: muitos lugares para conhecer, muitas lojas para comprar, muitos desejos a conquistar. A metrópole era cara, mas lá estava ela "conquistando" o mundo. Recebia salário, bônus, crescia na profissão. Precisava de roupas caras, bolsas, carros. Objetos de poder, afinal, é difícil a vida de mulher que luta. E de tanto lutar merecia comprar. “Mereço um presente aqui e outro ali”, ela dizia. Separada, na cidade grande, com cargo de diretora, sentia-se sozinha e comprar ajudava a passar a sensação ruim da solidão. Foi demitida, mas tinha um contrato que lhe deu o direito a uma boa quantia em dinheiro. Arranjou outro emprego rapidinho, era boa no que fazia aquela menina!  E mais dinheiro tinha para poder comprar seus luxinhos. Cresceu no outro emprego. Degrau a degrau. Lutando. Muito trabalho. Merecia ter uma vida de conforto e por isso dava-se ao direito de ter. Quando se sentia vazia e meio desesperada, logo dava um jeito de encontrar alguma desculpa para mostrar como era feliz por ter tudo que tinha, além de uma vida confortável, um bom emprego e, lógico, a tão sonhada independência financeira.

Mas um dia a verdade apareceu, nua e crua. O trabalho que até então era uma grande satisfação, mudou completamente. Novas pessoas no comando da empresa e novos princípios que nada tinha a ver com a pessoa que ela era. Foi tomada pelo desejo profundo de abandonar aquele emprego, ir embora num dia e nunca mais voltar. Estava cansada também. Tantos anos de trabalho e de luta! Desejava diminuir o ritmo. Planejar com calma um novo caminho. Mas o que fazer? Ou melhor, como fazer?

Poderia ter feito isso se tivesse se planejado, mas agora tinha que enfrentar a sua verdadeira condição. Aquilo que ela chamou a vida inteira de liberdade era mesmo a sua escravidão. Ganhou muito dinheiro, mas não lidou bem com o assunto e lá se foi tudo do mesmo jeito que veio. Nada tinha, além de dívidas. Pior que isso: até o apartamento próprio estava hipotecado – o que fazia com que não restasse outra alternativa se não ter o dinheiro para pagar altas prestações. Que outra alternativa se não no emprego ficar?

Mas encarar a verdade também lhe trouxe força para ver que liberdade que tanto desejou morava mesmo dentro dela. Encarou com coragem o que tinha que ser encarado. Agradeceu por este ensinamento e está aprendendo a viver de uma forma diferente. Esta história é verdadeira e a pessoa que me contou me pediu anonimato. Não porque tenha vergonha da sua história, pois já entendeu o caminho, mas porque ainda está no processo de limpeza e cura. Na verdade eu insisti para contar, pois esta é um outra lado da liberdade a qual nos propomos debater esta semana. 

Muitas pessoas enfrentam a escravidão pelo dinheiro – seja por querer cada vez acumular mais riqueza, ou seja como a mulher desta história que se iludiu achando que consumir preenchia o seu interior. A maioria das vezes, trata-se de um enfrentamento solitário, cheio de vergonha, por não saber como agir. Mas quanto mais atento se estiver, mais fácil ficará fazer a mudança poderosa de crer que quanto mais se possui, mais se é para você é e para isso prospera e tem.

Deepak Chopra, no seu livro As Sete Leis Espirituais do Sucesso, diz:

A mudança consciente acontece por meio da manifestação de duas qualidades inerentes à consciência: a atenção e a intenção. A atenção energiza; a intenção transforma. Quando você concentra a sua atenção em alguma coisa, ela fica mais forte em sua vida. Ao contrário, quando você afasta, a coisa enfraquece, desintegra e desparece (...) Mas a intenção é o poder que move o desejo. A intenção por si só é muito poderosa, porque é o desejo desvinculado do resultado. O desejo sozinho é fraco. A intenção é o desejo com estrita aderência a uma consciência superior.

Portanto, no dito popular: “olha o que você pede para a fadinha, pois ela é bem capaz de te atender”. Saiba pedir e será próspero. Apenas deseje e poderá se tornar escravo de uma situação. É o que a história de hoje me ensinou.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A medida da autoridade


Outro dia meu filho me deu uma grande bronca porque eu e meus irmãos não conseguimos fazer minha mãe ir ao médico. Soube que meu sobrinho havia feito a mesma coisa com meu irmão. Respondi que não era tão simples assim e perguntei o que ele imaginava que poderíamos fazer? Obrigá-la? Levá-la a força? Ele me respondeu: “Faça como você faz comigo: às vezes eu não quero ir num lugar e você me diz que, neste assunto, não tem espaço para discussão. Eu não quero ir, mas vou”.

Apesar do assunto ser a minha mãe – e estar levando muito a sério a reclamação dele, por alguns segundos, me dei o direito de respirar aliviada. A resposta dele indicava que existe um respeito conquistado por meio da minha autoridade como mãe. Autoridade, eu disse. Autoritarismo é outra coisa. Aliás não estaríamos tendo a conversa que narrei acima se eu fosse uma figura autoritária para ele. Confesso que uma dos maiores dilemas que enfrento como mãe é saber a medida certa entre o diálogo, a negociação e o limite. Existe sempre uma briga interna dentro de mim entre o ceder e o limitar. Portanto, saber que temos este equilíbrio é muito bom. Sempre peço discernimento ao universo para que este caminho continue assim.

Também sempre tive nos meus pais a figura de autoridade, embora não tivesse a metade da coragem do meu filho em questionar. Mas só percebi o quanto a autoridade dos meus pais era um porto seguro para mim, quando de fato perdi isso. Foi muito dolorido, mas vou tentar descrever: sempre busquei na minha mãe uma conselheira. Ela é (era) enérgica, firme, uma mulher até bem mais agressiva do que eu. Mas o outro lado desta mulher é a proteção e o grande coração aberto para acolher os filhos. Era muito bom buscar nela o conforto para os meus dilemas. Porém, há uns três anos atrás, passei por uma destas dificuldades que temos como nossos filhos no início da adolescência e, pela primeira vez, recorrer a minha mãe não adiantaria de nada. Ela está doente, uma doença que escurece a mente, que a deixa longe do presente. Me dei conta que não tinha mais como contar com minha mãe para amenizar o medo que estava sentindo daquele momento. Foi difícil para mim aceitar.

O que me confortou, depois de aceitar esta nova condição, foi o fato de saber que o exemplo dela existia dentro de mim e ele poderia me guiar para encontrar o próprio equilíbrio entre eu e meu filho. Não é a mesma coisa, mas já era muita coisa. Digo isso porque tenho muito amigos que não tiveram isso. Muitos tiveram pais bem mais amigos que os meus, companheiros que aparentemente se afinavam muito mais do que eu e minha mãe, por exemplo. Quando era jovem até sentia uma certa inveja disso. Mas hoje reconheço que prefiro ter a figura de pais que souberam impor limites a pais que era amigões de “farra” comigo.

É difícil ter esta dimensão porque me considero amiga do meu filho. Me sinto aberta e disposta a dialogar com ele. Quero compreender seu ponto de vista e quero poder ter ele presente em minha vida. Mas isso não significa que quero e, principalmente, que saberei tudo da sua vida. Como adolescente que é sei a importância do seu espaço e respeito muito isso. Também não significa que ele possa fazer tudo que queira.

E quanto a minha mãe e a cobrança dos netos para que eu e meus irmãos sejamos mais enérgicos com ela?  Pois a outra via dessa estrada, confesso, que ainda estamos aprendendo a fazer. É bem difícil obrigar aquela mulher teimosa a fazer qualquer coisa a contragosto. Estamos buscando o melhor caminho e somos aprendiz. Nossos filhos, ao que parece, estão nos ensinando algumas coisas  com a atitude linda de querer proteger a “vorinha” – que é como eles chamam minha mãe. Lindo, não? Difícil, porém lindo.

Vorinho e vorinha! Assim, carinhosamente, meu filho e meus sobrinhos
 chamam meus pais.  O desenho foi feito pelo meu sobrinho Gustavo Malucelli
 e está num quadro de anotações, no escritório do meu pai já faz quase 10 anos.
 Ele nunca deixou que apagassem.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Filhas e filhos: as verdadeiras diferenças


Quero começar com trechos de cartas escritas por pais e endereçadas a Mariateresa Zattoni e Gilberto Gillini. As mesmas foram transformadas em temas do livro escrito por eles com o título original  I Genitori si interrogano (tradução brasileira: Os pais se perguntam... A narração como proposta de mudança).  Lá vai:


(...) Ainda bem que tenho Davi, meu filhão de dez anos. Carmela, de oito, é farinha de outro saco. Não liga para nada, é preguiçosa, não move uma palha por ninguém. Já Davi é muito sensível, inteligente, é meu consolo. Pedi a Deus um filho como ele e fui atendida.

Tenho um filho de dez anos, Eugênio, que para mim transformou-se num transtorno, no sentido que vivo mal comigo mesma por causa dele. Entre outras coisas, há um ano e meio dei à luz a sua irmãzinha, que cresce bem alegre, o oposto dele, coitadinho. (...) . Desde que a irmã nasceu ele fica o máximo de tempo fora de casa. Sei porque age assim; é para não ver a alegria de Ana Rosa, que cresce como uma flor. (...) Minha preocupação é que só eu entendo o que Eugênio sente e não mais sei o que fazer para ajudá-lo.

Minha filha Silvia está me levando a loucura. Não posso reclamar de nada, nem do colégio, porque este ano, como das outras vezes, chegará em casa aprovada. Não faço outra coisa a não atender à suas ordens. (...) Cansei de lhe dizer que tenho minhas exigências e que ela tem que aprender a respeitá-las, pois já está crescida e poderia muito bem ajudar um pouco em casa e não se sentar a mesa e torcer o nariz.

Que um simples pai azulejista com um uma professora muita ativa resolva pegar a caneta e escrever-lhe pode parecer um absurdo. Mas sinto-me exasperado. “Se você vive descascando laranja para ele, o que vai fazer da vida sozinho”, digo a ela, às vezes.




Ontem falamos que diversas questões que levam os pais a gostar de forma diferente de um filho para outro e a maioria das histórias acima comprova exatamente isso, usando exemplos muito práticos sobre o tema. Mas algo muito mais preocupante aparece como similares nos diferentes relatos. Você consegue perceber? Sim, todas as narrações falam de filhos (homens) coitadinhos e no, contraponto, temos filhas (mulheres) que são “farinhas de outro saco”- arrogantes e egoístas.

Não é a primeira vez que abordamos este tema, (vide Filhos hoje, homens amanhã e  Amor de mães e filhas, um delicado equilíbrio), mas sempre me impressiono com os relatos que ouvimos nos diálogos do projeto Movimentos Humanos. O tema, como sempre menciono, gera discussões fortes e polêmicas. As mulheres, principal e invariavelmente, falam das diferenças de criação entre elas e seus irmãos homens. É inegável que se trata de um padrão.

Sempre falo que filhos não vêm com manual de instrução e certamente não é possível acertar sempre no que diz respeito a educação. Mas é impressionante ver como mães não conseguem perceber o que fazem com seus filhos, que mais tarde viram exatamente os homens que tanto rejeitamos. Assim como também me parece estranho mães agindo como adolescentes perante as filhas, numa grande queda de braço para decidir quem tem poder nesta relação.

A grande lição que tiro de histórias como as que ilustram o início do texto é como cada indivíduo faz parte do sistema familiar em que está inserido. A experiência que cada um terá nesse sistema vai acompanhá-lo vida afora. Que grande responsabilidade! Mas não há como fugir. É uma relação tão entrelaçada entre os indivíduos que nelas sem encontram, seja na função de pais ou de filhos – ou mesmo ambas, que não há outro caminho se não conviver com ela (seja encarando o assunto, seja deixando guardado debaixo do tapete). Obviamente profissionais qualificados podem ajudar. Literaturas especializadas e com boa reputação também! Mas só nossos corações podem nos dizer e aceitar, humildemente, que precisamos entender para mudar o curso da relação pais e filhos. É trabalhoso, puxado e depende muito do quanto conhecemos a nós mesmos.

Mas é muito bom pensar que meninas podem crescer fortes e com estima equilibrada se encontrar na mãe uma autoridade e não uma autoritária que entra na sua energia competitiva. E o meninos? Ah! Os meninos! Que mundo maravilhoso pode se abrir para eles, um novo tempo mesmo, em que possam viver sem a sombra de ter que ser os machos provedores ou molengas bobos sem personalidade. Depende de nós, pais de hoje, que isso aconteça.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

Amo, mas não gosto de você. Isso é possível?



Quando a Nany propôs falarmos de estrutura familiares esta semana, pensei comigo: “Que tema bom! Fácil de ilustrar”.  Estava enganada. Falar de família é complexo. Especialmente porque é um dos pilares da sociedade mais envoltos em crenças, valores tradicionais e aparentemente imutáveis. Como já cantou o Titãs:

Família Família
Almoça junto todo dia
Nunca perde esta mania
Mas quando moça quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Moça de família se não casa
Papai mamãe não dão nenhum tostão

Como sempre é mais difícil lidar com emoções que nos atinge de forma tão visceral, eu relutei muito em usar meus próprios exemplos para expor o assunto. Fiquei pensando em mil outras possibilidades para debatermos o tema, mas aquela vozinha que existe dentro de nós, me disse:  “vai falar das verdades mais difíceis sem se comprometer”? Pois é! Não dá.

Um dos dramas que atinge as pessoas quando se trata de família é a culpa. A mãe que se sente culpada porque tem que ir trabalhar e deixar os filhos com outras pessoas. O pai que não consegue dar atenção. O filho adulto que não consegue lidar com os pais como gostaria. E por aí vai. Entre os tipos de culpa, uma das mais poderosas e devastadora, sem dúvida, é da mãe (ou pai) que não consegue gostar do filho como gostaria (ou como acha que é certo). Ou ainda, que gosta “mais” de um filho do que do outro. Primeiro me parece que é preciso separar amar de gostar, para tentar entender um pouco o que se passa com nossos sentimentos. O amor se estabelece a partir da proteção, da educação, de doar-se a ponto de tirar o que está comendo da própria boca e dar ao filho. Já gostar está totalmente ligado a empatia, a personalidade, a química e, para aqueles que acreditam, a outras vidas.

Aprendi a lidar com isso faz pouco tempo. Meus pais têm 4 filhos legítimos e mais um adotivo (não vou nem entrar nesta questão), mas um fato é incontestável: todos nós fomos amados, protegidos, estudamos, temos valores sólidos, fizemos nossas carreiras, nossa própria família, nenhum grande vício ou problemas estruturais sérios. Todos devemos isso a uma vida de sacrifícios e renúncias dos nossos pais. E todos sabemos também, não importa o quanto expressamos, que cada um de nós temos ligações completamente diferentes com eles. Eu sou a única mulher e minha mãe sempre exigiu muito mais de mim do que dos meus irmãos no que diz respeito a cuidar da casa e até mesmo sobre responsabilidades, mas sempre fui a "mocinha" da casa. Já um dos meus irmãos mais velhos é cópia da minha mãe (até fisicamente) e ambos têm personalidade muito forte e pouco se entendem. Meu irmão mais velho, para minha mãe, sempre será o sacrificado que precisa de cuidados. Já meu irmão mais novo é o iluminado, a bênção da casa, o “espírito evoluído”, como ela gosta de dizer. Ela o admira, mas não o compreende, tenho certeza.

O mais interessante desta história é que a vida é maravilhosa, pois atualmente o único filho que mora perto dos meus pais e é capaz de atendê-los rapidamente em caso de emergência é o meu irmão "turrão", espelho de minha mãe. É como se a vida deixasse claro para eles: "A gente precisa se entender".

Tenho uma família maravilhosa - é verdade. Todos nos sentimos abençoados e, como bom italianos que somos, celebramos isso. Adoramos repetir as histórias que vivemos e pegar "um no pé do outro". Mas nos ofendemos se alguém de fora falar algo que não gostamos sobre qualquer um de nós. 

Minha reflexão maior de tudo isso é que o diálogo é o melhor caminho entre pais e filhos, por mais clichê que isso possa parecer.Uso uma expressão que se encaixa perfeitamente aqui: acende a luz do trem fantasma para descobrir que o esqueleto é de plástico. Onde há amor, há sempre uma possibilidade de entendimento.