quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sobre beleza, amor e felicidade - por Costanza Pascolato


Estava pensando na nossa conversa de hoje e lembrei da Tina Turner. Não sei exatamente o motivo, mas lembrei que tinha lido a respeito da história dela e gostaria de compartilhar aqui. Fui pesquisar o assunto no livro Divas Abandonadas, da Teté Ribeiro. São relatos sobre os amores e sofrimentos de 7 divas do Século XX: Lady Di, Ingrid Bergman, Jackie O., Sylvia Plath, Maria Callas, Tina Turner e Marilyn Monroe. Ante de começar a reler a história da Tina Turner, resolvi ler a introduçãoo do livro que foi feita pela Costanza Pascolato. Gostei tanto do que ela escreveu que mudei de ideia. Compartilho com vocês hoje uma parte das palavras desta não menos diva da nossa época.


Sobre beleza, amor e felicidade
Por Costanza Pascolato


(..)Este esforço todo para ser bonita era muito estranho para mim, porque desde menina eu era bem bonitinha naturalmente. Por outro lado, sei bem como a beleza física ajuda as pessoas a chegarem mais fácil aos lugares e às pessoas. Às vezes, a beleza faz você pensar que pode tudo, depois percebemos que não é bem assim. Claro que as mulheres bonitas têm muito mais gente em volta, mas isso não quer dizer que elas serão mais felizes no amor. Podem ter mais amantes, mais namorados, mais fãs, mas não terão necessariamente mais felicidade. O caso da Diana deixa isso bem claro. Era ela linda, mas não tinha o que o príncipe Charles queria em uma mulher, que era uma cumplicidade, uma intimidade que ele só conseguia com a Camila Parker-Bowles, com que está até hoje. E Diana também tinha o problema de ser muito moderna para a família real inglesa, em que todo mundo representa um papel, uma mulher não pode estar apaixonada nesse universo, não cabe, não tem sentido. E ela só queria que ele prestasse atenção nela.
E a beleza também tem seu lado cruel, porque ela vai embora. Hoje eu sou uma velhinha bacana, sei me arrumar e tal, mas aquela beleza da juventude não existe mais. Lembro que, quando menina, era realmente mais bonita que as minha colegas e isso não era muito legal. Elas tinha inveja de mim, e eu tinha um monte de fãs, mas também não adiantava muito, porque não podia namorar com todos, era outro mundo. E algumas dessas amigas se casaram com ex-namorados meus, que eu descartei e eles escolheram a próxima namorada mais pela afinidade do que pela beleza, e muitas delas estão casadas e felizes até hoje. Não estou reclamando de nada, sou muito inquieta do que todos eles juntos, mas aprendi que é preciso administrar paixões que a beleza desperta. (...) Agora me sinto aliviada de pensar que não preciso mais de ninguém. Rezo para não me apaixonar de novo, mas a gente nunca sabe essas coisas com certeza, não é mesmo?

Eu achei bem maduro este depoimento. Coisa de uma mulher que está bem consigo mesmo, com sua idade e com quem foi. É sempre bom termos em quem nos espelhar, não é mesmo?

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