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segunda-feira, 31 de março de 2014

Homens, sempre meninos. Uma leveza a ser reaprendida pelas mulheres.

Continuaremos a falar sobre os homens nesta semana, tema que, nós mulheres, adoramos discutir e tentar entender. Como vimos na semana passada, até onde conseguimos compreender nos projetos que conduzimos, os homens não querem a independência mas a liberdade de viver seus momentos que lhe permita alimentar sua alma: um chopinho com os amigos, jogar uma pelada, dormir sábado a tarde – toda a tarde! – entreter-se com games, viajar de moto para sempre voltar, sempre. Como me disse um dos entrevistados do Projeto Homens, “eu sou feliz, livre, na minha gaiola”.

A mulher se irrita profundamente com esse comportamento masculino. Muita desta irritação tem a ver com a sensação de exclusão do universo dele – como assim ele quer ser feliz sem mim? – apoiada na crença romântica que o casal só pode viver a dois o tempo inteiro. Mas outras vezes, a irritação vem do julgamento de irresponsabilidade que a mulher dá a este tipo de atividades: como assim, você vai se divertir se temos tantas coisas a fazer?

Pois é exatamente aqui que a relação azeda. A mulher possui, no meu entendimento, uma habilidade quase genial de realizar diversas coisas ao mesmo tempo – e neste momento não importa as origens desta habilidade. Com isso ela parece ter a necessidade de arrumar o mundo, e, na medida que vai deixando o mundo como ela acha que deve ser, retroalimenta a percepção que só ela é capaz de deixar o mundo perfeito. É quase uma antena ligada ininterrupta que a deixa tensa, vigiante, quase um fiscal. Estudei toda minha infância e juventude num colégio feminino de freiras, a congregação era francesa; creio que por isso carrego comigo a imagem da madre superiora: severa, vigiante quase um policial. É assim que muitas vezes encontro as mulheres, quando as entrevisto.

Se nesse contexto o homem decide, no meio de uma grande mudança, parar tudo para tomar um chopinho… já dá para imaginar que a Terceira Guerra Mundial está prestes a começar. Sinceramente, penso, que ela não começou ainda porque o homem, acostumou a calar e deixar para lá.

Pois é... mas é através dessa atitude de parar tudo para se dar prazer, e que no fundo transmite leveza, que o homem tem ganhado terreno. Uma característica que aos poucos vai ganhando força e reconhecimento. A mulher tem muito a aprender com esse tempo para si e com essa atitude sempre menino que o homem tem e que nós, na behavior, consideramos dois movimentos humanos importantes que estão integrando o casal.

É claro, homens, que essa atitude não pode disfarçar, como em muitos casos, irresponsabilidade e se tornar uma fuga para não enfrentar os desafios da vida e amadurecer. Mas esse é tema de outra semana.

Vamos refletir sobre isso esta semana?

Boa semana para todos.

terça-feira, 25 de março de 2014

os homens querem: liberdade sim, independência não.

Existem algumas crenças em relação ao universo masculino que por estarem tão cristalizadas, geram ruídos nos relacionamentos, só por existirem. Após o Projeto Homens, compreendemos que algumas delas são mais simples de compreender e administrar do que nossa mente quer nos fazer crer. 

Esta semana iremos falar sobre uma delas: a liberdade que o homem disse tanto querer (e ter direito). A reivindicação da liberdade masculina já deve ter gerado alguns bons estresses e até rompimentos. Cada um com sua razão: o homem considerando que tem todo o direito de ser um ser livre, e isso lhe permite a irresponsabilidade; e a mulher que traz consigo a crença que ela sempre será presa - sim, exatamente o oposto - às responsabilidades que deveriam ser compartilhadas. Esta montado o cenário para brigas e ressentimentos.

O que descobrimos no Projeto Homens é que o sentido de liberdade do homem não é o mesmo do sentido de liberdade da mulher. Para a mulher, a liberdade está intrinsecamente associada à independência. Isto se deve a outra crença, a mulher pode não querer nem um pouco, mas ela sabe que sobrevive sozinha. O homem, não.

Portanto, o que vimos no Projeto Homem que a liberdade que o homem tanto busca, é o tempo para si. Um tempo para ele viver suas fantasias, se distrair, sossegar, relaxar, ou simplesmente ficar quieto. Sem falar, nem ter que ouvir ou fingir que ouve para evitar brigas.

Só que é só um tempo porque no próximo ele quer continuar dependente - sim, no sentido emocional do conceito - da mulher e da família que ele escolheu.

Eu sei que este tema dá vários assuntos e discussões, por isso aguardem os desdobramentos.

boa semana para todos.

PS. Ando meio indisciplinada nas últimas semanas mas voltarei a iniciar nosso tema semanal do blog nas segundas-ferias, a partir da próxima semana :) 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sem tempo a perder


Ouvi esta história tempos atrás, mas inicialmente não havia percebido que estava diante de um movimento importante, consequência dos novos tempos. Só depois que falamos sobre as senhorinhas modernas é que vi que se tratava de um novo tipo de situação, mais comum agora do que em outros tempos. 


Um homem com 60 e poucos anos, foi executivo de uma multinacional sua vida toda. Morou em diversos países, aguentou todo o tipo de pressão, passou por todas as crises, dedicou uma vida toda à corporação. No fim do ano passado, já com idade suficiente para se aposentar, decidiu fazer isso. Ainda se sente bem e em forma para continuar trabalhando, mas resolveu que gostaria de gostaria de tentar algo novo. Apaixonado por sua casa na Serra da Mantiqueira, resolveu abrir um bar na região que é bastante turística. Nada de trabalhar demais e nenhuma pretensão de ganhar dinheiro, mas com muita vontade de compartilhar histórias e estar num lugar que ele gosta. Os filhos já são adultos e seguem o seu caminho, mas a esposa, próximo aos 60 anos ainda trabalha – também como executiva em uma multinacional. Ela nem sonha em se aposentar, adora estar no meio da agitação e suas constantes viagens internacionais a trabalho. Sempre acompanhou o marido quando foi expatriado, mas mesmo no exterior e com os filhos pequenos, nunca deixou de trabalhar. Ela não quer se mudar de São Paulo, muito menos ter um bar na Serra. Gosta da casa de campo, mas prefere passar os finais de semana lá e só. Decidiram, inicialmente, que o bar funcionaria de quinta a domingo. O marido vai antes para lá e ela o encontra na sexta à noite ou sábado. Mas com a vida corrida e sem vontade de dirigir por horas sozinha, acaba sempre dando um jeitinho de escapar. Vão vivendo, mas até quando? 

Não tenho muita intimidade com esse casal, mas usei da pouco cara de pau que tenho para perguntar o que ela imagina que irá acontecer com eles. Ela, sabiamente, me respondeu que não tem mais tempo para ficar pensando “e se isso ou e se aquilo”. Na visão dela, durante anos, o marido teve apenas uma preocupação na vida: a empresa em que trabalhava. Ela, por sua vez, se virava em profissional, mãe, esposa, mulher...aquela história toda que a gente conhece bem. Ao me falar isso, senti que ela não estava se queixando da vida que levou com o marido e nem estava dizendo ele foi um pai ou companheiro ausente. Mas estava sendo sincera ao observar os fatos como eles aconteceram: para ele poder se dedicar com energia ao se trabalho, quem fazia o entorno funcionar era ela. Agora que os filhos cresceram e o marido já não precisa de tanta atenção, o que a mova é a sua carreira. O que será dela se abriu mão disso? Ela acredita que eles encontrarão o equilíbrio como já aconteceu tantas outras vezes na vida do casal. Mas resposta do que será o futuro deles juntos, ela não sabe dizer.

Conheci um outro casal por volta dos 60 anos também, num churrasco na casa de um amigo. Numa mesa de conversas descontraídas num sábado à tarde, eles contaram que haviam decidido morar em casas separadas agora que a filha caçula tinha ido morar fora. Chegaram à conclusão que tinham cada um as suas manias e que seria melhor assim para o casal. Combinaram que não deixariam de se ver pelos menos 3 vezes por semana e que viajariam juntos – hábito que unia os dois. Pareciam felizes com a decisão e não aparentava distanciamento. Mas ainda era uma grande novidade.

Com meu pai e minha mãe, bem mais velhos e desgastados do que as histórias acima, aconteceu o contrário: depois de uma vida toda de desencontros, agora parecem sentir necessidade da presença um do outro. No início do ano resolvi levar minha mãe para a sua casa na praia, pois meu pai precisa de cuidados especiais 24 horas por dia e sair de casa é impossível para ele. Ela ainda, forte e vigorosa, fica presa a esta situação e já não ia para a praia há tempos. Achei que estava fazendo uma coisa boa, pelo menos para ela, mas dois dias depois descobri que não. Ela fica ansiosa, agitada, perdida longe dele. Voltamos para casa antes do combinado.

Que os dois velhinhos fiquem juntos e em paz. E que os moderninhos de 60 e poucos an abram cada vez mais a cabeça para ajeitar suas vidas e encontrem juntos (ou não) o que faz bem para eles. Coisas de um novo mundo.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Todo dia é dia de sexo


Ouvi dizer que amanhã, 6 de setembro, é o dia do sexo. Não sou muito fã de datas e preferia quando todo dia era dia de índio, lembrando da Baby do Brasil (ou a Baby Consuelo na minha época). Mas vou aproveitar a data para falarmos sobre o assunto. Sexo é bom. Ou melhor, sexo é ótimo! Acredito que a maioria das pessoas concordem, embora desconfie que elas mais falem do que façam. Sempre que debatemos com mulheres fica evidente que o assunto está longe de ser encarado de forma simples. Ainda é comum ver muitas moças se submetendo a coisas mais para agradar o homem do que a ela mesma.


Mas tem algo me choca mais do que isso. Mulheres que usam o sexo como ferramenta de poder. As ditas mulheres poderosas que se armam em torno de uma segurança aparente e sedutora para conquistar seja lá o que for. Não vou ser hipócrita: já fui uma dessas poderosas. Acreditava, na época, que aquela era a minha natureza e pronto. Não conseguia ver a máscara que existia em mim. Me submetia a coisas que nem penso em repetir. Colecionar parceiros, sair com diversas homens ao mesmo tempo, aceitar uma relação pobre onde só existia o sexo como conexão foi, sem dúvida, um dos maiores erros que cometi durante alguns anos da minha vida. Isso porque, por trás daquele mulherão, cheia de si, independente e super descolada existia, na verdade, uma pessoas carente, solitária e que no fundo sabia que aquela atitude só fazia mal para a minha auto-estima.

Não vou negar que conheci homens interessantes neste tempo e, alguns até se tornaram amigos que trago no coração. Também tenho certeza que  passar pela fase do sexo casual foi importante para destruir, de uma vez por todas, certos tabus que eu cultivava. Mas não sinto nenhuma saudades desta época. Lamento até ter passado por isso e, se pudesse, abordaria todas as mulheres que percebo estarem nesta mesma condição. Gostaria de dizer a elas que alimentar a fantasia da mulher fatal não vai saciar o vazio que existe dentro dela.

Sexo é troca, é conexão, é energia. O que não significa, de forma alguma, que não possa existir um clima “caliente” e muita “sacanagem”. Entre quatro paredes e com respeito, para mim, o limite é do casal. Moças queridas: eu garanto que não há nada mais gostoso do que um homem com pegada e que te trate bem. Se você cuidar da sua auto-estima tenho certeza que este homem virá. Vale a pena investir nisso. Muito mais do que perder tempo com um cara que nunca lembra de você e só liga quando está afim de dar uma rapidinha.

Viva o dia do sexo, ou seja, todos os dias, com muito prazer e plenitude.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mudar e Experimentar. Ou Vice-versa.


Um dos comportamentos mais comuns atualmente é a falta de cuidado em nossos relacionamentos. A maioria das pessoas não está disposta a entender o outro. Dialogar com calma e entender as razões de cada um então...é quase uma afronta. É mais fácil desistir, partir para outra. As estatísticas dos casais que se divorciam nos primeiros anos do casamento estão aí para comprovar. E nas nossas andanças pelo Movimentos Humanos a gente confirma a estatística e percebe o quão inconsciente é, muitas vezes, a intolerância entre casais o que leva logo ao rompimento e não a oportunidade de amadurecer e criar uma relação equilibrada.



A grande questão é que todos nós somos diferentes e se não estivermos abertos ao diálogo e dispostos a ceder, o mínimo que seja, certamente só veremos mais e mais amores acabarem em mágoas e processos de separação. Não é fácil cultivar uma relação. É como educar filhos: dá trabalho, exige atenção e não tem fim. Tem que cuidar diariamente. A vontade de desistir, muitas vezes, é um alívio para aquilo que não conseguimos lidar. Mas também não é a solução, pois você pode fugir  para o deserto do Saara e, mesmo assim, o que não foi resolvido vai, de algum modo, te acompanhar.

Este assunto veio à tona neste fim de semana para mim. Eu e meu “namorido” somos muito diferentes no jeito de agir e (re)agir. Isso já fez com que a nossa relação chegasse a beira do penhasco inúmeras vezes. Aliás, a relação chegou a despencar - é bem verdade. Digo que foi  preciso nos matar para revivermos num relacionamento com um olhar mais maduro, mais entregue. Amadurecemos em nome de algo muito maior que as diferenças: a vontade de ficarmos juntos. Pois bem...a vida nos coloca  a prova de tempos em tempos só para termos certeza de que aprendemos.

Vamos lá: Me mudei pouquíssimas vezes na vida (a última vez há 9 anos atrás, quando comprei um apartamento e a penúltima há 13 anos quando vim de Curitiba para São Paulo). Mas as poucas vezes foram suficientes para ver como funciono a respeito do assunto. Gosto de fazer a mudança sozinha. Claro que preciso de ajuda para levar os móveis de uma casa para outra, mas quando está tudo na casa nova, prefiro resolver só (ou com o mínimo de pessoas possíveis). Isso faz com que eu entre em contato com aquele novo ambiente e, aos poucos, sinto dentro de mim, a transformação da casa (ambiente físico) para o lar (ambiente de proteção). Dá um trabalho danado. Mas é a renovação que preciso para começar um novo ciclo.

Meu companheiro, claro, gosta mesmo de resolver tudo em comunidade. Reunir as pessoas queridas para ajudar na mudança, todo mundo dando palpite, a casa cheia, amigos dividindo o espaço com as caixas e móveis fora do lugar, é o jeito dele se conectar com o novo ambiente. E como foi ele quem mudou no sábado, lá fui eu. Coração aberto, mas sabendo que estava prestes a viver uma experiência difícil. E apesar de ser a casa dele, combinamos que passarei mais tempo lá e, por isso, idealizamos o projeto juntos. Então a mudança era um pouco minha também. Combinamos que na parte da manhã eu iria resolver algumas coisas fora e ajudaria à tarde. Cheguei às 15h e o que encontrei? Como disse, ele gosta do coletivo. O apartamento estava tomado de caixas, móveis, amigos, música alta e animada, furadeira, telefone tocando e por aí vai. E, o meu amor querido, feliz da vida, no meio do caos, ainda me pergunta: “Por que você não trouxe o jimi?”(jimi é o nosso cachorro, meio igual a mim, que achei ficaria melhor na tranquilidade de um lar já montado!). No meio de tudo aquilo o aberto do meu coração, conforme afirmei algumas linhas acima, começou a virar uma frestinha quase imperceptível. Durante a primeira meia hora achei até que ele ia mesmo se fechar violentamente – como uma porta que bate com o vento forte. Mas percebi o que estava acontecendo comigo e consegui reagir ao movimento que me contrariava. Resisti firmemente a deixar meus impulsos irracionais tomarem conta da situação e comecei a trabalhar. Mão na massa, coração amenizado e vamos nessa. Estamos juntos e posso ao menos tentar, pensei.

A mudança terminou em pizza, no fim da noite, com mais amigos que foram chegando, e muita coisa ainda por fazer. Mas estávamos felizes. Ele com a conquista e eu com a experiência, com a felicidade dele (e com meu comportamento, confesso). É bem verdade que, ao decidirmos morar em casas separadas, facilitamos a vida e quando for a minha vez de mudar, vamos fazer diferente. Mas tudo bem. Sei que ele topa.


Para terminar o fim de semana, ontem ele já era melhor amigo do vizinho de porta, já conhecia a namorada do sujeito e já havia convidado o casal para um vinho, em casa, claro. Eu, nem preciso dizer, sou mais reservada e apesar de ter um relacionamento cordial com meus vizinhos, poucos se tornaram amigos e frequentam o meu apartamento. Pensei comigo: isso tudo é rápido demais para mim. Fiquei meio estranha e, meio de mal jeito, sem entender direito o que estava acontecendo, nós conseguimos nos adequar a situação. Ele foi ao supermercado comigo enquanto os vizinhos terminavam outro compromisso e de lá escapei para casa. Ele tomou o vinho com os novos amigos e eu tomarei muitos vinhos com eles também. Mas, calma, preciso respirar um pouco. Meu ritmo é diferente. Como meu namorado mesmo concluiu: “Nem certo, nem errado. Diferente”. Vitória do amor.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Tenha orgulho das suas conquistas


A exame.com publicou ontem uma matéria falando sobre as mulheres que mentem sobre seu sucesso para achar namorado. Vou resumir em poucas palavras do que se trata, mas se você quiser ler a matéria na íntegra basta clicar aqui. É o seguinte: a jornalista americana Liza Mundy, autora do livro Michelle (biografia da primeira dama dos Estados Unidos) e de Sexo Mais Rico (que será lançado em breve no Brasil) fez uma ampla pesquisa sobre o aumento do poder aquisitivo das mulheres americanas e suas consequências. Entre as descobertas tornou-se evidente para ela que as moças bem sucedidas estão com dificuldades de assumir o próprio sucesso profissional/financeiro, especialmente diante da figura masculina. Isso porque ainda crêem, mesmo que inconsciente, que provedor mesmo é o homem e assim sempre será. Por consequência desta crença, mentem para os possíveis pretendentes, quando questionadas sobre o que fazem da vida. Advogadas jovens e bem sucedidas tornam-se vendedoras, executivas administradoras de grandes potências viram donas de um micro negócio e por aí vai. Embora eu tenha a sensação de que existe um certo exagero nas afirmações da escritora,  confesso que não consegui dormir esta noite pensando nisso. Primeiro fiquei com o coração entristecido por saber que existem mulheres que estão fazendo isso (milhares ou apenas algumas é o que menos importa). Depois fiquei indignada e prometi para mim mesma que usaria este blog, meu perfil nas redes sociais, minhas idas ao cabeleireiro, meus almoços com amigas e até mesmo o banco da praça para dizer, quantas vezes for preciso: 

Mulheres, por favor, orgulhem-se das suas vitórias, dos seus diplomas, do seu dinheiro, do seu sucesso. E principalmente, busquem e assumam as suas verdades. Não vai ser com mentiras que vocês vão ter uma jornada plena. Não sintam medo de ficarem sozinhas e não deixem que façam vocês acreditarem que não merecem nada menos do que vocês têm. 

Anos atrás, numa das minhas incontáveis crises em que tinha certeza que meu sucesso era meu karma - por isso estava predestina a ser sozinha - fui buscar um novo terapeuta. Depois de diversas sessões da mesma ladainha, o rapaz perdeu a paciência comigo (e pelo jeito com muitas outras mulheres que passaram por lá) e desabafou: "Vocês mulheres são, realmente, um caso sério. Conquistam o mundo, dominam tudo, mostram sua força, quebram amarras, mandam e desmandam, mas mesmo assim, sentem-se completamente insatisfeitas, porque acham que só um macho provedor - financeira e emocionalmente - podem salvá-las do martírio em que se encontram. Como vocês conseguem ter um pé tão firme no novo e outro tão enraizado no velho?". Quando ele parou de falar, já meio constrangido pelo desabafo, olhei para ele e disse com sinceridade: "Ok. Entendi. Você me colocou diante da verdade e agora eu que lide com ela". Hoje tudo aquilo que ele falou parece tão simples, bobo, mas até então não era. Talvez eu nunca tivesse ouvido - muito menos dito - em voz alta o óbvio. Fui embora e levei minha verdade. Dolorida, não vou negar. E por ser uma das crenças mais poderosas que existem dentro mim provoca recaídas até hoje. É quando me agarro forte ao que eu verdadeiramente sou.

Mas meninas, atenção: ninguém está falando para sustentar marmanjo que vive encostado e que já entendeu que as mulheres se enfraquecem por medo da solidão. Estamos falando da sua verdade. Da sua essência. Do que é seu. Do que te faz feliz, plena, consciente. Do que te faz grata pela vida. 

Meu irmão mais novo é engenheiro de alimentos, trabalhador, inteligente, desenvolveu uma farinha que foi muito importante para os fenilcetonúricos na década de 90. Já deixou o emprego duas vezes para acompanhar a esposa, que também é engenheira. A primeira vez mudaram-se por dois anos para a Dinamarca, onde ela começou a ser treinada para assumir um alto cargo na empresa onde trabalha. Depois voltaram ao Brasil, ela continuou trilhando seus objetivos, e ele se recolocou assim que chegou. Agora ela está pronta para o cargo e recentemente assumiu as operações da empresa na Ásia. Lá se foram os dois (e os filhos) para a China. Ele não teve dúvida em abrir mão dos seus bons empregos e acompanhá-la nenhuma das duas vezes. Já minha cunhada nunca deu sinal de que se sente envergonhada pelo seu sucesso ou acha que meu irmão vale menos por abrir mão das suas próprias conquistas e assim apoiar a sua carreira. São evoluídos estes dois. 

Como diz a Liza Mundy: "Devemos mudar o nosso pensamento sobre o que queremos de um relacionamento. O mundo está mudando, há muitos problemas ainda, mas também há novas oportunidades tanto para homens quanto para mulheres serem felizes".

Estamos conversadas?