quinta-feira, 4 de julho de 2013

Filhos hoje, homens amanhã


Um dos pontos calorosos nas muitas conversas que fazemos, vida afora, sobre os Projetos que compõem os Movimentos Humanos fala sobre como as mulheres criam seus filhos homens. A reflexão é sempre enriquecedora.







Partimos de uma valiosa constatação : as mulheres acham a maioria dos homens fracos, despreparados, sem vigor para correr atrás do que querem. Podemos dizer que a grande maioria acha os homens, digamos, uns bananas. É muito interessante ver as discussões calorosas que se seguem a respeito do assunto. Na sequência é colocada uma reflexão profunda também levantada pelo Projeto: “quem cria os homens bananas são suas mães, ou seja, mulheres.” A calorosa discussão anterior, em segundos, se transforma num momento de introspecção onde as mulheres primeiro se surpreendem, depois assimilam e, enfim, se dão conta das suas próprias responsabilidades sobre o assunto.É um momento muito bonito. Onde todas são obrigadas, conscientes ou não, a lidar com algo que realmente incomoda.  Minutos depois, elas já assimilaram a questão e recomeçam a discutir o tema, contando histórias que afirmam este ponto. Muitas contam como a mãe a criou com firmeza para vencer, conquistar, correr atrás, enquanto o filho homem foi mais protegido e embalado pela mesma mãe. Interessante, não?

Esta semana conheci uma história lindíssima que fala sobre isso. Trata-se de um ritual do povo Dakota (nativos americanos que ficaram conhecidos após o filme Dança com os Lobos). Chama-se a “busca da visão”. Neste povo os meninos são introduzidos na vida adulta aos 14 anos quando devem ir ao topo de uma montanha e passam dias sem comer. A fome intensa provoca visões que trazem mensagens do mundo dos espíritos e vão orientar a vida de cada uma daquelas crianças. Além das alucinações por forme, os meninos enfrentam o medo, pois eles ouvem leões urrando e se movimentando na escuridão. De volta à tribo o feito dos garotos é comemorado. Porém, a partir daquele dia, durante dois anos, eles não podem falar com suas mães. É um exercício muito difícil porque os filhos são muito apegados a elas. Mas, para esse povo, se o menino entrar em contato com a mãe logo após passar pelo ritual da vida adulta, sentirá uma forte atração pela infância e cairá no mundo das mulheres, não crescendo nunca mais. Dois anos depois, uma nova cerimônia reúnem mães e filhos. Agora eles já são considerados homens e a recompensa de suas mães, por este grandioso desprendimento, é a certeza de que seus filhos se tornaram adultos respeitadores, fortes e confiáveis.
Lindo, não? Muito valioso uma mãe entender a hora certa de deixar seu filho crescer, envolvido em valores e verdades que o levem a um caminho enriquecedor.

Por isso, mamães de meninos, lembrem-se das mães do povo Dakota e, na hora certa, pratiquem o desprendimento. E não se preocupe: eles não precisam passar fome ou medo. É só soltá-los um pouquinho, deixar que façam suas próprias escolhas e não os deixem acomodados.

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